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Disney: no Galactic Starcruiser, fãs viram personagens de ‘Star Wars’

Durante dois dias, o visitante embarca em uma viagem que inclui alimentação, hospedagem em uma cabine do 'cruzeiro espacial'

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h19 - Publicado em 2 abr 2022, 08h00

Na mitologia de Star Wars, a fantástica saga criada pelo cineasta americano George Lucas, o contrabandista Han Solo e a Princesa Leia se apaixonam, casam e passam a lua de mel em um cruzeiro galáctico, o luxuoso Halcyon. Agora, os fãs da série poderão ao menos ter um vislumbre de como foi a aventura. Isso porque a espaçonave deixou o mundo da ficção para se tornar a nova atração do Disney World, o complexo de parques temáticos localizado em Orlando, na Flórida. Desde que comprou os direitos da franquia, em 2012, a Disney explora ao máximo as possibilidades de negócios geradas pela aquisição.

Nesse contexto, novos filmes, séries, games, livros e quadrinhos são lançados com frequência. Em 2019, a empresa inaugurou em seus parques uma área inteira dedicada aos personagens. Entre as atrações, destaca-se uma réplica da nave Millennium Falcon, além de lojas de brinquedos e restaurantes. A proposta do novíssimo Galactic Starcruiser, no entanto, é completamente diferente.

NAS ALTURAS - Um robô da saga: o ingresso para a família custa 6 000 dólares -
NAS ALTURAS - Um robô da saga: o ingresso para a família custa 6 000 dólares – (Allen J. Schaben/Los Angeles Times/Getty Images)

Durante dois dias, o visitante embarca em uma viagem que inclui alimentação, hospedagem em uma cabine do “cruzeiro espacial” e uma série de atividades que reproduzem os acontecimentos da cronologia oficial, entre os episódios VI e VII. O turista é convidado a se tornar um personagem da franquia, vestindo-se a caráter e interpretando o papel que desejar, seja o de herói destemido, seja o de vilão implacável. Cada funcionário do parque atua o tempo inteiro, e monitores convocam os hóspedes a sabotar um motor, ajudar um espião ou participar de um treinamento de sabres de luz. O visitante pode escolher se vai se tornar um simpatizante da Nova República — os “mocinhos” dos filmes — ou se aliar à Primeira Ordem, cujos integrantes assumiram o posto de malvadões após a morte de Darth Vader. Cada escolha abre uma série de novas atividades e encontros com personagens clássicos, como Chewbacca. O ambiente é quase todo fechado, com “janela” exibindo cenas do espaço. Tudo para não quebrar a fantasia.

Confiante no poder de fogo da novidade, a Disney aposta suas fichas no projeto. “A atração vai mudar as possibilidades do que se espera de experiências imersivas”, diz Scott Trow­bridge, criador de entretenimento da empresa, ou “imagineiro”, como são conhecidos os profissionais que trabalham desenvolvendo atrações para os parques. Não à toa, a mistura de hotel, parque temático e jogo de interpretação está sendo comparada ao ambiente da série Westworld, em que os visitantes entram em uma recriação extremamente detalhada do Velho Oeste. É o máximo de imersão que um fã da saga espacial pode esperar.

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FICÇÃO - A Millennium Falcon no cinema: a franquia gera negócios bilionários -
FICÇÃO - A Millennium Falcon no cinema: a franquia gera negócios bilionários – (Lucasfilm Lts. and TM/.)

Evidentemente, o mergulho no universo criado por George Lucas não custa barato. O valor da experiência completa para um casal começa em 4 800 dólares, o equivalente a quase 23 000 reais, e chega a 6 000 dólares para quatro pessoas (três adultos e uma criança). O preço não inclui bebidas alcoólicas e acesso a alguns acessórios necessários para a jornada, como as roupas temáticas e o sabre de luz próprio. Os custos elevados não estão restritos às novas atrações. Embora o preço dos ingressos tenha permanecido o mesmo, as acomodações estão mais caras. O aluguel dos quartos no hotel mais acessível do complexo subiu 75% desde 2013, acima da inflação. E serviços antes gratuitos, como o transfer do aeroporto e métodos para pular filas, agora também são cobrados.

Nada, porém, parece afetar a demanda por férias na Disney. Desde que as restrições impostas pela pandemia foram retiradas, a procura pelos parques disparou. Em dias mais movimentados, especialmente nos fins de semana, os ingressos estão esgotados e é preciso planejar o passeio com meses de antecedência. Se o Galactic Starcruiser se tornar um sucesso, e tudo indica que vai, dado o interesse, é possível imaginar que a Disney deva investir ainda mais em atrações imersivas. Sorte dos fãs, que poderão “vivenciar” as aventuras mágicas de seus personagens favoritos. Era uma vez — e mais do que nunca ainda é — numa galáxia distante…

Publicado em VEJA de 6 de abril de 2022, edição nº 2783

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