Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Corpo em evidência: o recado dos recentes desfiles de alta-costura

Depois de dois anos dentro de moletons e pijamas, na clausura da pandemia, as mulheres começam a exibir as formas

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h30 - Publicado em 5 mar 2022, 08h00
PODEROSA - O modelo Dior exibido por Rihanna grávida: a essência do que se viu nas passarelas -
PODEROSA – O modelo Dior exibido por Rihanna grávida: a essência do que se viu nas passarelas – (Tephane Cardinale/Corbis/Getty Images)

A chegada da cantora Rihanna na manhã da terça-feira 1º de março à Paris Fashion Week — semana de moda mais badalada do mundo — deu a temperatura do que aconteceria dali a pouco, no desfile da coleção de inverno 2023 da Dior. Linda aos seis, sete meses de gestação (poucos sabem o tempo exato), a artista surgiu com as formas exuberantes à mostra, a bordo de um modelo criado para ela pela grife francesa. O que Rihanna vestia (ou revelava) é a essência de uma das marcas mais fortes da temporada. As transparências se tornaram onipresentes nas peças recentes das casas de alta-costura, aparecendo em detalhes vazados, rendas e tecidos fluidos. A ideia é dar à beleza do corpo a evidência que merece.

PRADA
PRADA – (ImaxTree/.)

PRADA
Onde: Milão
Conceito: mistura de tendências (minissaias e transparências)

FENDI
FENDI – (Antonio Calanni/AP/Image Plus)
Continua após a publicidade

FENDI
Onde: Milão
Conceito: leveza e silhueta orgânica

A tendência começou a ganhar força com os naked dresses, os vestidos totalmente transparentes que apareceram no ano passado em resposta aos moletons, pijamas e camisetas que as pessoas estavam usando havia mais de um ano, entre quatro paredes, por causa da pandemia. De lá para cá, o desejo de expor a pele se intensificou, refletindo no que se vê agora nas passarelas. “As pessoas querem se mostrar, tomar vento, pegar sol”, diz a stylist e consultora de moda Manu Carvalho. “Foi muito tempo com o corpo escondido por roupas e pelo isolamento social.”

O anseio tem seu ápice agora, momento em que a distância entre o recato doméstico e a euforia social diminui. Pouco a pouco, a vida retoma seus trilhos graças à vacinação e à suspensão das medidas restritivas adotadas em vários países. Como depois da tempestade vem a bonança, a resposta brotou com estardalhaço e arrojo. Não à toa, portanto, os vestidos diáfanos foram um show à parte nas passarelas. “Antes, as transparências apareciam de maneira básica”, diz Manu Carvalho. “Agora, são ousadas e elaboradas.” Exemplos nítidos do que descreve a especialista foram apresentados pela Chanel na capital francesa, e com um gostinho especial de fetiche, mostrando o que antes era tabu mostrar.

Continua após a publicidade
JEAN-PAUL GAULTIER
JEAN-PAUL GAULTIER – (./Divulgação)

JEAN-PAUL GAULTIER
Onde: Paris
Conceito: estampas em 3D e cores fortes

Corpo em evidência: o recado dos recentes desfiles de alta-costura
CHANEL – (Dominique Charriau/WireImage/Getty Images)
Continua após a publicidade

CHANEL
Onde: Paris
Conceito: arrojo com pinta de fetiche

Some-se ao grito de rebeldia — sim, a roupa é uma forma poderosa de expressão feminina e de autoestima — um interessante movimento de uso de tecidos que ajudam a ampliar a sensação de transparência. No desfile de Jean-Paul Gaultier, estampas em 3D emolduravam lindos e longos vestidos see-through (em tradução livre do inglês, ver através). Há quem diga que os excessos das semanas de moda delas não saem, de tão ousados. Não é verdade. As minissaias e corsets de Alexandre Vauthier, em Paris, e o repertório da Prada para o inverno de 2023, mostrado em Milão, comprovam que as peças translúcidas podem, sim, ser transportadas das passarelas para a vida real. Vesti-las talvez exija algum atrevimento. Se faltar, e houver dúvida em torno do que deixar visível no corpo, convém lembrar do que disse a estilista Coco Chanel (1883-1971): “A moda é arquitetura: é uma questão de proporções”. Se a guerra na Europa não nos embrutecer, triste e melancolicamente, justo agora que começávamos a sair da Covid-19, é possível vislumbrar um 2022 translúcido, límpido como havia tempos não vivíamos.

Publicado em VEJA de 9 de março de 2022, edição nº 2779

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.