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Como o mercado tem se mostrado mais inclusivo contra o etarismo

Existem até mesmo plataformas que fazem a ponte entre os profissionais maduros e as empresas

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h34 - Publicado em 25 fev 2022, 06h00

Quando o assunto é diversidade no ambiente de trabalho, boas intenções e belos discursos nem sempre são suficientes. Às vezes, é preciso adotar uma postura mais assertiva e criar programas específicos para o público que se quer atrair, mesmo que esse tipo de iniciativa provoque a revolta de parcelas mais conservadoras da sociedade.

Nesse cenário, o Magazine Luiza tem assumido papel de destaque. Assim como fez com um programa de trainee voltado apenas a candidatos negros, a empresa criou dois projetos de formação e contratação direcionados ao público maduro. Um deles, o 50+, foi específico para a central de relacionamento, e o outro, Desenvolve 40+, teve como foco a área de tecnologia, dominada por colaboradores mais jovens. A intenção é capacitar profissionais para um segmento que sofre com escassez de mão de obra. Ao mesmo tempo, cria um ambiente de troca de experiências entre gerações. A primeira edição tem 100 alunos e a média de idade é 48 anos. “Temos colaboradores com vários anos de casa, mas, com o crescimento da empresa, a mistura de idades acabou se diluindo e decidimos reforçar a diversidade”, afirma Patricia Pugas, diretora-executiva de gestão de pessoas do Magalu.

Outras empresas têm lançado programas semelhantes. A operadora Tim, por exemplo, acabou de abrir um processo seletivo exclusivo para trabalhadores com mais de 50 interessados em atuar com vendas. A consultoria Accenture lançou o programa Grand Masters no ano passado com o intuito de ampliar a diversidade etária entre seus cerca de 19 000 funcionários, a maioria deles jovens millennials e membros da geração Z, e oferecer treinamentos técnicos para o público mais velho, inclusive para quem avalia uma guinada total na carreira.

Existem até mesmo plataformas que fazem a ponte entre os profissionais maduros e as empresas. É o caso da Maturi, que tem mais de 170 000 pessoas cadastradas em sua base de dados e oferece cursos de capacitação e empreendedorismo.

Publicado em VEJA de 2 de março de 2022, edição nº 2778

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