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Como as bolsas brasileiras da Serpui Marie viraram objeto de desejo em Hollywood

Exibidas em badaladas séries de televisão e usadas por celebridades, as criações da grife transformaram o artesanato em modelos cobiçados

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 out 2025, 08h00

É preciso um quê de exotismo do ponto de vista de quem vê de fora, um pouco de sorte — além de criatividade e qualidade, é claro. Eis a receita, sem mais delongas, para marcas brasileiras atravessarem continentes. Foi o que aconteceu com a grife de bolsas Serpui Marie. Ela cresceu e apareceu nos sets de séries badaladas como Emily in Paris e And Just Like That… As criações, feitas de palha, vime, couro e pedras nacionais, viraram objeto de desejo em Hollywood e cercanias. Mas como, afinal, fizeram sucesso, a partir do ateliê no bairro dos Jardins, região nobre de São Paulo? “O segredo é a produção 100% artesanal e a paixão”, disse Marie a VEJA, resumindo quatro décadas de trabalho que, enfim, chegaram ao apogeu.

Do ponto de vista prático, a fama — e os bons negócios derivados dela, é claro — é fruto de movimento um tantinho menos romântico. Tudo começou a partir de showrooms em Nova York e Paris, frequentados por stylists de produtoras de cinema e televisão em busca de algo distinto. “Eles procuram produtos que se diferenciem das marcas tradicionais”, explica a designer. O processo de escolha é meticuloso: além do olho no olho diante das peças, são exigidas fotos com detalhes, em conjunto depois enviado para os locais de gravação. Se combinar, bingo. Foi o que ocorreu com a bolsa usada em And Just Like That…, por Sarah Jessica Parker, influencer antes da hora das atuais influencers. Deu no New York Times, despontou em programas de televisão e pronto, o fenômeno estava deflagrado. Baratas não são, mas não chegam a assustar como os produtos de etiquetas de luxo dos Estados Unidos e da Europa. Uma Serpui varia de 1 500 a 2 500 reais (a de Jessica Parker custa 2 289 reais).

A criadora dessas peças nasceu em São Paulo e cresceu em Londrina, no Paraná, em uma família de origem armênia. Marie viveu em um ambiente criativo, cercada por tucanos, araras e pelo jeito da mãe com trabalhos manuais. No entanto, o caminho para o sucesso não foi linear. Formada em bioquímica e prestes a fazer um doutorado na Inglaterra, ela decidiu, por conselho de um mentor, buscar outro rumo. Retornou ao Brasil e começou a criar bijuterias e sapatos, atalho para o pequeno império.

A onda das bolsas promete elevar o negócio a um novo patamar. Beyoncé já despontou por aí, serelepe, com um exemplar brasileiríssimo. Gisele Bündchen já se declarou fã. Para a designer, contudo, ver alguém comprar um modelo é o maior prêmio. “Porque a pessoa pegou o dinheiro dela e escolheu gastar naquilo”, diz. “É onde você vê que deu certo.” É uma bela aventura de empreendedorismo que venceu obstáculos. Não chega a ter o tamanho inigualável das sandálias Havaianas, as “legítimas”, ícone tupiniquim que saltou da simplicidade para o luxo, mas convém usar uma bolsa Serpui Marie como quem veste uma possibilidade de vencer — ou então como quem fura a bolha do mainstream.

Publicado em VEJA de 3 de outubro de 2025, edição nº 2964

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