Após dois anos, festival Burning Man volta ao formato presencial
Evento artístico, tecnológico e social começa no domingo e se estende até 5 de setembro, nos Estados Unidos

O Burning Man está de volta. No domingo, 28, o evento de cunho artístico, tecnológico e social retoma suas atividades presenciais, nos Estados Unidos. A pandemia de Covid-19, sempre ela, interrompeu a partir de 2020 o pirotécnico encontro anual no Deserto de Black Rock, ao norte do estado de Nevada. Só que, desta vez, uma equipe de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) realizará um experimento científico com implicações nas redes de socialização humanas. A festa se estende até 5 de setembro.
O tema do festival deste ano é Waking Dreams – sonhos ambulantes, numa tradução livre. Segundo os organizadores, é uma chance de explorar o poder transformador dos sonhos e celebrar os sonhadores que canalizam essa energia potente de maneiras reveladoras. “Depois de um longo e nebuloso borrão de insônia pandêmica, sem ancoragem no tempo e à deriva entre dormir e acordar, é hora de começar a imaginar o futuro novamente”, escreveram eles no site do evento. Eles esperam, este ano, a participação de cerca de 80.000 pessoas.
Ao mesmo tempo que vai celebrar o onírico, o Burning Man deste ano será palco de uma experiência antropológica e social. Conduzido por Ziv Epstein, o estudo, intitulado Black Rock Atlas, procura responder a uma pergunta simples: como, ano após ano, o evento cria uma cidade em grande escala e ainda se envolve em comportamento cooperativo em uma escala raramente vista na sociedade? Com sua ética espontânea, economia de troca e espírito livre, o encontro parece ser um exemplo de cooperação humana.

Como funciona? Os pesquisadores do MIT Media Lab distribuirão 600 pequenos receptáculos que parecem latas de bala de menta para participantes em Black Rock City. As pessoas que os receberem devem anotar onde e quando receberam o item, bem como onde estão acampando. “A ideia é mapear as redes de cooperação e serendipidade no Burning Man”, declarou Epstein, aluno que conduz o experimento. As latinhas que retornarem para os cientistas após o evento permitirá que eles mapeiem a economia do Burning Man, onde as pessoas operam no sistema de troca – mas pagam 575 dólares por ingresso pelo privilégio de participar.