Ao ar livre e com tambores, Fernanda Yamamoto encerra SPFW celebrando o Japão
Coleção de estilista que completa 15 anos traz releituras de quimonos e diversas técnicas artesanais de bordados e estamparia japonesa
Pontualmente, às 16h de segunda-feira, 21, tambores começaram a rufar anunciando o último desfile, que encerrou a 58ª edição do São Paulo Fashion Week: Fernanda Yamamoto. Não à toa, ela escolheu o Pavilhão Japonês, um local de reflexão e cheio de referências japonesas, para apresentar sua coleção de celebração aos 15 anos da grife homônima.
Os tambores Taiko, serviram de repercussão para uma trilha sonora ao vivo e a cores, feita por um coral sob o comando da soprano Marília Vargas. Assim, ao ar livre, a apresentação destacou peças leves e fluidas, todas releituras dos tradicionais quimonos japoneses. “Olhei para o passado e toda a história da marca, então é claro que esbarro nas origens japonesas”, disse Fernanda a VEJA.
As modelagens amplas e descontruídas proporcionaram movimento, dando a sensação de flutuar naquele ambiente de contemplação. Os plissados, característicos do trabalho da estilista, também deram o ar da graça, além de tricôs desenvolvidos com fio de nylon pela designer Juliana Gevaerd.
Elementos japoneses
Entre os materiais, ganharam força a organza de seda, rami e veludo, além de um crepe texturizado em modelos de tons claros, toques de vermelho, variações de azul e pontuações em preto e branco. O dourado, aplicado com a técnica de foil (filme de poliéster que recebe a aplicação de laca, metal e adesivo, que deposita metalização sobre os tecidos), surgiu com força. “O elemento dourado permeia toda a coleção porque fala muito do Japão”, completou Fernanda.
O trabalho artesanal, tendência forte na semana de moda paulistana, também apareceu na coleção da estilista, com técnicas japonesas reinterpretadas, bordado sashiko com linhas douradas metalizadas e peças de patchwork feitas em parceria com artesãs mineiras.
Nas estampas, chamou a atenção o índigo com tingimento milenar Itajime Shibori (em que o tecido é dobrado, torcido ou amarrado para criar padrões únicos), assinado pela artista têxtil Tati Polo e os ícones japoneses como o tsuru e a flor de cerejeira, desenvolvidos com a artista Clarisse Romeiro.
As texturas são um capítulo a parte: com corte a laser e flores de tecido recortadas e delicadamente aplicadas, assim como a flor de Ginko Biloba, árvore muito antiga da China, deram um toque esspecial às peças que ficarão em exposição no próprio Pavilhão Japonês, onde foi aberta a exposição ‘Fernanda Yamamoto 15 anos’.
Veja os looks: