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A vez do Pomsky

O cão do momento tem padrão suspeitíssimo, mas é irresistível

Por Walcyr Carrasco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 ago 2022, 08h00

Raças caninas entram em moda, assim como sapatos, culinárias. Muitas já tiveram seu apogeu, como o golden retriever, o border collie. De repente todo mundo queria ter um deles. Óbvio que qualquer raça tem seus apaixonados seguidores, que jamais desejariam um pet diferente. Mas nem todo mundo é tão fiel, e há raças que saem de moda. Sem falar nos vira-latas, uma moda constante. Hoje em dia adotar um deles é considerado inclusive um gesto de elevação espiritual, de quem merece uma poltrona almofadada no paraíso. Mas raças saem de moda, é triste. O husky siberiano foi uma delas. A procura caiu, inclusive porque, apesar de grandões, não latem para defender a casa. Só uivam. Soube em certa época da dona de um canil com 300 filhotes, que não conseguia vender. Depois dos 3 meses vai ficando difícil, o cachorro fica adulto. Ela faliu ao alimentar tantos cãezinhos. Já nem tentava vender. Implorava para aceitarem de presente.

“Raças caninas entram em moda, assim como sapatos, culinárias. Muitas já tiveram seu apogeu”

Agora é a vez do pomsky. É uma raça “mista”. Ou diga-se, suspeita. Veio dos Estados Unidos. É a junção do lulu-­da-pomerânia com o husky siberiano. Como raça nova, não tem tamanho nem medidas exatos. Nem pedigree — se tiver, será falso. É, na real, um vira-lata com status. E daí? Os cachorrinhos (há o normal, que é pequeno, e o míni) são lobinhos minúsculos. Vantagens: não dão latidinhos irritantes como o pinscher e outros cães pequenos. São inteligentes. Não atormentam e, de tão lindos, são imediatamente amados. Esse meu amigo, proprietário recente, viu alguns em Brasília, na casa de conhecidos. Enlouqueceu. Agora tem seu próprio pomsky em São Paulo, onde mora. O bonitinho já roeu tapetes, sofás e, como está na fase de troca de dentes, morde quem vai fazer carinho. Nada agressivo, morder é uma necessidade. Mas seus dentes, semelhantes a agulhinhas, ai, ai… Dói, mas é impossível ficar bravo. Ele tem o olhar do lulu-da-pomerânia, intenso, amoroso. Outro dia, quando me mordeu, tudo o que fiz foi pegar no colo, acariciar, e em seguida botar no colo do dono para me ver livre.

No veterinário, meu amigo sentiu-se um astro. Todo mundo queria saber, pegar, ver. Surpreendeu-se ao descobrir que não era novidade. Só naquela tarde quatro pomskies tinham sido atendidos. Ao saber, entendi: a raça está entrando na moda. Vai competir com o próprio lulu-da-pomerânia, de quem tem o porte. Com os huskies, não acredito, porque é pequenino. Já está entre os cães mais caros do país, embora não conste da relação oficial. Em um site da internet, vi filhotes à venda. Iam de 3 000 a 15 000 reais. Por que preços tão diferentes? Os huskies podem ter olhos castanhos ou azuis, por exemplo. E a cor dos olhos contribuiu para determinar o valor. Há os bem valorizados, com um olho de cada cor. A mais cara, naquele canil, era uma linda cadelinha branca de olhos inteiramente azuis.

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Meu palpite é que o pomsky vai entrar inteiramente na moda. Apesar dessa história de raça mista ser suspeitíssima. Mas que diferença faz? Quem se apaixona já não se importa com título de nobreza.

Publicado em VEJA de 17 de agosto de 2022, edição nº 2802

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