Você vive de verdade ou só cumpre expectativas?
Momentos que nos fazem sentir vivos — ou que causam dor — podem ser bússolas para entendermos se vivemos alinhados a nós mesmos ou a um “manual invisível”
Você sabe o que mais importa pra você? Não para sua família, amigos e conhecidos. Nem para a sociedade. Para você.
Na última semana, falamos que viver uma vida guiada pelo que mais importa para si mesmo não é fácil.
Agora, quero te ajudar a identificar quais são os seus verdadeiros valores:
- O que é tão essencial que você escolheria mesmo sabendo que vai doer, cansar e dar trabalho?
- O que é tão importante que, se fosse tirado da sua vida, tudo perderia o sentido?
Essas perguntas são muito mais profundas do que parecem. Porque, na prática, quase ninguém nos ensina a olhar para isso de verdade.
Os valores que nós herdamos (sem perceber)
Em sessões com clientes, já escutei muitas pessoas dizendo: “eu já sei o que me guia: família, respeito, gratidão.” Mas quando começamos a investigar, vemos que essas palavras foram tiradas de um “manual invisível” que recebemos sobre o que devemos valorizar. Ele vem da sua cultura, criação ou da sua história.
Talvez, você tenha crescido em uma casa onde o mais importante era “ser alguém na vida” e isso significava status, estabilidade, reconhecimento. Ou, então, você ouviu dizer que o valor supremo é a família – mesmo que, no fundo, isso custasse sua individualidade.
Talvez, você tenha aprendido que agradar os outros é sinal de amor. Ou que sentir prazer é egoísmo. Com o tempo, essas ideias viram regras.
E, se não pararmos para pensar, seguimos esse manual no automático e, assim, escolhemos carreira, casamento, rotina, metas… tudo com base numa lista que nem fomos nós mesmos que escrevemos.
Como saber o que importa pra você?
Você pode começar de dois lugares bem diferentes: da dor e do que te faz sentir vivo.
São nesses extremos – o que te machuca e o que te preenche – que os seus valores costumam aparecer com mais clareza.
1. O que te machuca de verdade no incômodo?
Tive uma cliente que se sentia profundamente irritada em reuniões de trabalho onde ninguém era escutado. Ela ficava com raiva, frustrada e tinha vontade de sair da sala. Mas resistia. Mesmo com a mão gelada, o coração acelerado e a garganta apertada, ela ficava, e mais do que isso: ela fazia questão de se manifestar. Não conseguia se calar diante daquilo, mesmo sabendo que poderia se indispor com colegas ou parecer “intensa demais”, ela se manifestava. Era mais forte do que ela.
E foi aí que ficou evidente: seu valor era Justiça. Aquele incômodo constante, aquele desconforto que fazia o corpo reagir, era o reflexo da ausência de algo essencial e inegociável para ela naquele ambiente.
Por isso, em vez de fugir da dor, vale a pena olhar pra ela com curiosidade:
- O que está faltando aqui que é tão importante para mim?
- Com o que eu precisaria não me importar nesta situação para não sentir dor?
2. Quando foi a última vez que você esqueceu do tempo?
Sabe aqueles momentos em que você está tão envolvido em algo que nem percebe as horas passando? Você não está distraído – está presente por inteiro. O corpo pode até cansar, mas, por dentro, você se sente leve. Como se aquela atividade, por mais simples que pareça, tivesse um significado maior. Chamamos isso de estado de flow: um tipo de presença profunda, onde mente e corpo estão totalmente engajados no que está acontecendo no momento presente.
Tive um cliente que me contou algo simples: ele adorava preparar apresentações para ajudar colegas do time a entender melhor um projeto. Dizia que perdia horas ajustando detalhes, ensaiando, pesquisando e organizando ideias. E voltava pra casa cansado, mas com um sentimento bom no peito. De missão cumprida.
Ali, identificamos um valor importante: contribuição.
Por isso, se quiser buscar pistas do que importa pra você, observe:
- Em que momentos você se sente mais presente, mais vivo?
- O que você faria mesmo que ninguém estivesse olhando ou mesmo que ninguém aplaudisse?
Pode ser que ali esteja escondido um dos seus valores.
Descobrir seus valores é lembrar quem você é
Encontrar seus valores é se reconectar com o que já está aí dentro, mas que talvez tenha sido abafado com o tempo.
Quando você os reconhece, as decisões difíceis continuam difíceis, mas ganham direção. Você entende por que está escolhendo aquele caminho.
Na próxima vez que algo te incomodar profundamente, em vez de só reagir, pare e observe: o que estava faltando ali que é tão importante pra mim?
E quando se pegar tão envolvido a ponto de perder a noção do tempo, perceba: o que havia ali que me fez me sentir tão vivo?
Esses momentos carregam as melhores pistas sobre os seus valores. Enquanto a dor mostra o que falta, a presença mostra o que preenche.
Depois me conta o que essa coluna te fez refletir?
Se você conseguiu identificar algum valor que estava escondido aí dentro, me escreve lá no Instagram. Adoro conversar com os leitores por lá.
Nos vemos na próxima semana.
Até lá, pratique a coragem de viver guiado pelo que é seu, mesmo quando isso significar sair do caminho mais fácil.
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