Kate Middleton e Cate Blanchett: repetir de propósito ou com propósito?
Quando a moda fala de memória, o look ganha voz de manifesto e prova que o estilo mora na atitude e não só na novidade
Há algo de poético na repetição. Um vestido já vivido, um tecido que carrega lembranças. No tempo em que o “novo” grita alto e a todo instante com a rapidez da informação, há quem escolha o sussurro refinado da reedição — e é justamente nesse gesto contido que mora a sofisticação da moda contemporânea.
Kate Middleton sabe disso, e não é de hoje. No Domingo da Memória, a princesa de Gales apareceu, mais uma vez, envolta no luto elegante dos tons escuros e da história que carrega nas flores vermelhas de papoula presas ao peito – em dois looks repetidos. O primeiro, um casaco preto de Catharine Walker que usara em 2022, agora repaginado com gola alta e jabô de renda na varanda do Ministério das Relações Exteriores.
O outro, da mesma estilista britânica, na cerimônia principal: um modelo de inspiração militar, o mesmo que desfilou em 2019 e novamente em 2023, marcando um tributo silencioso aos veteranos e, de certa forma, à própria linhagem familiar. Tudo impecavelmente pensado — do broche da RAF, homenagem ao avô piloto, aos brincos de pérola de Diana. Nada em Kate é por acaso. Enquanto o príncipe William falava sobre sustentabilidade no Brasil, durante a COP e o Earthshot Prize, Kate respondia à distância com o poder da imagem: um recado de consciência ambiental em forma de moda.
Repetir é um luxo
Entre as atrizes, se há uma que entende o valor do reuso, é Cate Blanchett. No Festival de Veneza deste ano, ela cruzou o tapete vermelho com um vestido preto Giorgio Armani já usado no SAG Awards de 2022. O mesmo corte impecável, o mesmo decote vertiginoso, a mesma aura magnética — apenas a luz do tempo diferente. A estrela transformou o gesto em manifesto. Repetir, em seu caso, é reafirmar que o luxo verdadeiro é atemporal. É vestir-se tem propósito, não apenas ego.
No Brasil, a tendência ecoa. Angélica, sempre elegante, apostou em uma narrativa semelhante no evento do Príncipe William, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Cruzou o tapete verde com o vestido vermelho de Stella McCartney que usara em 2017 no casamento de Michelle Alves e Guy Oseary, no Cristo Redentor. Na ocasião original, o look foi complementado com clutch Jimmy Choo e joias Ara Vartanian; agora, reapareceu com novos acessórios e um coque mais leve, mas com o mesmo impacto.
Nada de improviso — apenas estilo, memória e coerência. No encontro em que se falou de clima, futuro e responsabilidade, o gesto da apresentadora soou como uma assinatura: sustentabilidade também se veste.
Como repetir? O truque elegante
Vale ressaltar que repetir não é copiar: é reinterpretar. E é aí que mora o segredo das que sabem fazer a moda trabalhar a seu favor. Mudar os acessórios, o penteado, o sapato — ou até o humor — já basta para transformar um look conhecido em uma nova e completamente diferente aparição. Kate faz isso com joias herdadas e broches simbólicos; Cate, com maquiagem e atitude; Angélica, com styling inteligente e leveza. No fim, repetir é um luxo que poucas dominam — mas que diz mais sobre estilo do que qualquer roupa inédita.
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