Polêmica: possível anticoncepcional masculino repercute nas redes sociais
O debate sobre o anticoncepcional masculino ganhou destaque na semana passada depois que os testes com o remédio foram interrompidos por causa dos seus efeitos colaterais. Na internet, mulheres reclamaram que os medicamentos usados por elas também têm efeitos adversos, mas não deixam de ser comercializados. O tweet de Júlia Sant’Anna Pereira viralizou. No post, ela […]
O debate sobre o anticoncepcional masculino ganhou destaque na semana passada depois que os testes com o remédio foram interrompidos por causa dos seus efeitos colaterais. Na internet, mulheres reclamaram que os medicamentos usados por elas também têm efeitos adversos, mas não deixam de ser comercializados. O tweet de Júlia Sant’Anna Pereira viralizou. No post, ela mostra o tamanho da bula do seu contraceptivo:
Anticoncepcional masculino não foi pra frente pq tem alguns efeitos colaterais? O q vcs me dizem sobre essa pequena bula do anti q eu tomo? pic.twitter.com/eP36SAl1wf
— jujuba (@jujubsant) November 4, 2016
Os resultados foram apresentados no estudo Efficacy and Safety of an Injectable Combination Hormonal Contraceptive for Men (Eficácia e segurança de uma combinação injetável de hormônios contraceptivos para homens), o qual concluiu que os homens apresentaram reações como acne, alterações de humor, dor no local da injeção, depressão, entre outros, também comuns nos anticoncepcionais femininos. Em termos de fertilidade, as conclusões foram satisfatórias: a eficácia foi de 96% nos 320 homens que participaram da pesquisa.
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O blog conversou com o urologista Eduardo Bertero para esclarecer a questão: “Os anticoncepcionais femininos também têm efeitos colaterais. Sendo assim, o contraceptivo masculino é um produto viável comercialmente. Os resultados foram satisfatórios, tanto em eficácia, como em eventos adversos”, explicou.
Outra preocupação apresentada no estudo é que oito dos 320 homens não voltaram a produzir espermatozoides em níveis considerados férteis depois de cerca de um ano. Um deles ainda não tinha voltado a ser fértil após quatro anos. Nas mulheres, esse tempo varia de um a dois meses. Para Bertero, porém, isso não deveria impedir que mais testes sejam realizados: “É grave. Mas o número de participantes afetados é muito baixo para inviabilizar a comercialização”, afirmou.
A pesquisa também concluiu que nem todos os efeitos colaterais descritos pelo experimento podem ter causa no medicamento: 31% foram considerados como “possivelmente relacionados”, 40% “provavelmente relacionados” e 29% “definitivamente relacionados”. Ainda, apenas 1% das reações foi considerada com intensidade grave. A acne foi uma delas.