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O desabafo de uma vendedora de shopping que está bombando nas redes

Estefânia Rosa fez um relato sobre rotina exaustiva e acumula mais de 179 mil reações no Facebook

Por André Siqueira e Marina Rappa
Atualizado em 30 jul 2020, 20h39 - Publicado em 8 dez 2017, 22h01

Escrito há pouco mais de dois anos, o relato de uma ex-vendedora de shopping sobre as condições de trabalho da profissão no fim de ano voltou a fazer barulho nas redes sociais. O texto já acumula mais de 179 mil reações no Facebook.

Em 2 de dezembro de 2015, Estefânia Rosa expôs seu desapontamento com o ofício em seu perfil: “Às vezes a gente fica seis, oito, dez ou doze horas em pé, engole a comida sem mastigar, pra voltar logo para a loja, porque temos uma meta absurda pra bater’’, relatou. E continuou: “Aquele desconto que a gente dá na sua compra é o pouco que falta pra gente bater a nossa meta no fim do mês. A gente abre mão de folga pra atingir a meta’’.

Em entrevista ao #VirouViral, a jovem, que hoje está empregada no departamento comercial de uma editora, conta que trabalhou em lojas por quatro anos, em uma rotina que classifica como insuportável: ‘’Fiz o post após atender uma cliente muito arrogante. Foi o gatilho de anos de silêncio e cansaço acumulados’’.

A autora do texto afirma ter ficado preocupada com possíveis represálias em sua carreira após a inesperada repercussão. “Foi um pouco chocante para mim atingir tantas pessoas. Naquele momento eu só queria desabafar’’, conta. ‘’Muitas pessoas mudaram a sua visão sobre esses trabalhadores e passaram a questionar uma situação que é normalizada’’, complementa.

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O texto tem sido replicado nos últimos dias a reboque de discussões sobre a reforma trabalhista. Estefânia afirma ser crítica às novas regras: “Nossa única opção é aceitar e agradecer, porque a preocupação do trabalhador, no cenário atual do Brasil, é manter seu emprego e a garantia de pão na mesa’’.

Em vigor desde o dia 11, a lei que atualiza a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) após 74 anos de seu surgimento ampliou o peso das negociações entre empresas e sindicatos ou empregados, permitindo que acordos se sobreponham à lei. Entre os pontos que foram alterados estão o fim da contribuição sindical obrigatória, o contrato de trabalho intermitente, a possibilidade de parcelamento de férias em até três períodos, a regulamentação do home office e a demissão consensual com 20% da multa do FGTS. Para entender as principais mudanças, acesse este link.

 

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