Como as chuvas no Rio escancaram o racismo ambiental
Pelo menos doze pessoas morreram no fim de semana. Termo racismo ambiental teve pico de buscas no Google Trends na segunda-feira, 15
As fortes chuvas que atingiram o estado do Rio no último sábado, 13, e na madrugada de domingo, 14, devastaram áreas da Zona Norte da capital e da Baixada Fluminense. Em um período de 24 horas, foram registradas mais de 200 ocorrências. E o que isso tem a ver com racismo ambiental? O termo teve um pico de buscas no Google Trends, ferramenta do Google, na segunda-feira, dia 15, registrando a maior alta nos últimos noventa dias.
Não se trata de os fenômenos naturais serem racistas, como costuma ser propagado para ironizar e diminuir o termo. A expressão se refere às vulnerabilidades nos territórios onde residem determinados grupos sociais. Não por coincidência, as pessoas mais afetadas pelas “catástrofes naturais” costumam ser negras e pobres. São elas que vivem em morros e áreas alagadiças, ao mesmo tempo em que suas ruas e casas não têm estruturas projetadas para momentos de chuva além da média, por exemplo.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que “as iminentes tragédias são fruto do racismo ambiental e climático”. Veja:
Estou acompanhando os efeitos da chuva de ontem nos municípios do Rio e o estado de alerta com as iminentes tragédias, fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático.
Algumas prefeituras do estado já estão mobilizadas.
— Anielle Franco (@aniellefranco) January 14, 2024