Zumbis e Paris, a combinação que deu certo em ‘A Noite Devorou o Mundo’
Filme em cartaz no Brasil usa os mortos-vivos para falar de solidão

É já conhecida a fala de que boa parte dos filmes e séries de zumbis, na verdade, não são sobre zumbis. Os mortos-vivos geralmente são usados como gatilho para que cineastas falem sobre política, filosofia, humanidade e até religião – conjunto de elementos que fez de The Walking Dead um sucesso.
Agora, o cinema francês adere ao filão com A Noite Devorou o Mundo, do cineasta estreante Dominique Rocher. E, como seus antecessores, o filme de zumbis não é exatamente sobre zumbis. Neste caso, a solidão humana conduz a trama estrelada pelo norueguês Anders Danielsen Lie.
Logo no começo, o protagonista chega à festa de uma ex-namorada, em busca de coisas que deixou no apartamento. O perfil antissocial o leva ao isolamento de um quarto, onde ele cai no sono. No dia seguinte, descobre que o mundo mudou e foi subitamente tomado pelos seres nojentos com fome de humanos.
Não demora para que ele tome para si o prédio, resolvendo problemas relacionados à sobrevivência básica, como comida e água. O drama se apoia em como ele lida com a solidão. Detalhes de sua infância, mudança de país e falta de contato, mesmo antes do apocalipse, são apresentados de formas sutis pelo cineasta, que faz aqui uma boa contribuição ao gênero do terror psicológico.