Picante, ‘Passagens’ satiriza a monogamia com triângulo LGBTQ+
Filme de Ira Sachs selecionado pelo Festival de Berlim agora comprova sua acidez e humor enervante nos cinemas brasileiros
Passagens (Passages; França; 2023. Em cartaz)
O cineasta Ira Sachs cavou seu lugar no cinema americano ao retratar a vida a dois em filmes como O Amor É Estranho (2014). Agora atuando na Europa, seu novo fascínio são os trios. Vide Passagens, indicado ao Urso de Ouro de melhor filme em Berlim — no qual o diretor Tomas (Franz Rogowski) vive um casamento gay com Martin (Ben Whishaw), mas descobre uma paixão pela professora Agathe (Adèle Exarchopoulos). Esse triângulo amoroso moderno — que recebeu a classificação indicativa máxima nos Estados Unidos pelas cenas picantes — é uma sátira ácida à monogamia e ao narcisismo, que enerva e faz rir com suas atuações realistas.