Lana Del Rey canta sobre sonho americano em novo álbum
'Norman Fucking Rockwell' é o sexto disco da cantora americana, que segue fiel às melodias melancólicas

“Idealista e sentimental”, esses eram adjetivos habitualmente usados pela crítica para descrever a obra de Norman Rockwell – pintor e ilustrador que dá título ao sexto álbum de estúdio de Lana Del Rey – Norman Fucking Rockwell (aqui na sigla NFR!). Conhecido por retratar de forma romântica e idealizada o dia-a-dia da sociedade americana durante o século 20, o artista não poderia estar mais próximo do álbum que carrega o seu nome. Com melodias suaves e melancólicas que parecem diretamente saídas da trilha sonora de um filme holywoodiano dos anos setenta, Lana canta sobre a fantasia do sonho americano, a Califórnia ensolarada e o deslumbre de Las Vegas. A primeira metade do disco é cativante e otimista. Venice Bitch reproduz ao longo de seus quase 10 minutos um instrumental que beira a psicodelia. “Você é lindo e eu sou insana/Fomos feitos na América”, canta em uma narrativa tipica de Lana Del Rey. Love Song, como o nome indica, é uma canção de amor idealizada, quase esotérica. Mas se a California é sempre solar, nem tudo é dourado nos Estados Unidos de 2019. A cantora não foge do pessimismo que ronda a política americana. The Greatest faz referências nada sutis a Donald Trump (por meio da imagem de Kanye West) e ao aquecimento global. “L.A está em chamas/Está esquentando/Kanye West está loiro e ausente/Life On Mars não é apenas uma música”, diz a letra da canção. California é outra que mostra desilusão. Aqui, seu amado teve problemas e deixou os Estados Unidos. Enquanto canta, Lana sonha com sua volta. O álbum se encerra com a tristonha Hope Is a Dangerous Thing For a Woman Like Me To Have… But I Have It, que amarra a mensagem do CD. Apesar de tudo, ela ainda tem esperanças.