‘Dupla Explosiva’: uma bobagem tão divertida quanto competente
Interação entre os dois protagonistas, Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson, esquenta o filme que estreou na quinta-feira (31)

(The Hitman’s Bodyguard, Estados Unidos/China/Holanda/Bulgária) Se o Frank Capra de Aconteceu Naquela Noite ou o Ernst Lubitsch de Ninotchka recheassem suas comédias românticas com ação enlouquecida, tiros e expressões impublicáveis, o resultado ficaria parecido com Dupla Explosiva: como o par desencontrado que precisa acertar o passo e achar um jeito de aceitar as respectivas diferenças para chegar vivo ao fim do enredo, Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson compõem uma química tão festiva e abilolada quanto a de Claudette Colbert e Clark Gable, ou a de Greta Garbo e Melvyn Douglas. Aqui, Reynolds é Michael Bryce, que já foi um guarda-costas classe AAA mas perdeu o negócio e a reputação ao deixar um cliente ser alvejado pelo assassino profissional Darius Kincaid (Jackson) — que já tentou matar Bryce nada menos do que 28 vezes. Pois esse arqui-inimigo é a única chance que resta a Bryce de recuperar seu prestígio: basta que ele consiga driblar as hordas de capangas bielorrussos fortemente armados que pretendem impedir Kincaid de depor contra um ditador (Gary Oldman) no Tribunal Internacional de Haia, na Holanda. Ainda que, por garantia, o diretor Patrick Hughes (de Os Mercenários 3) equilibre duas subtramas românticas — uma delas envolvendo uma Salma Hayek muito boca-suja —, é a interação entre os dois protagonistas que esquenta esta bobagem tão divertida quanto competente.