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Uma escola da black music no Brasil

Ted Mills, rebento do soul da Filadélfia, faz uma única apresentação em São Paulo

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 22h34 - Publicado em 6 jun 2016, 19h09

THE-REAL-DEAL-PHOTO-BY-RONNIE-WRIGHT-8-3-13-17-767x1024A soul music americana tem pelo menos três cidades históricas. A primeira é Memphis, que a partir de 1961 passou a abrigar a Stax Records. A companhia tinha como características principais a sólida sessão rítmica formada por Al Jackson Jr. e Donald “Duck” Dunn (bateria e baixo) e a guitarra de influências country de Steve Cropper. Em seus primeiros anos, era nítido o apreço da companhia por intérpretes de voz áspera como Rufus Thomas e Otis Redding, ou escolados na escola da música gospel (a dupla Sam & Dave).
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De 1959 a 1972, Detroit foi a sede da Motown, companhia criada por Berry Gordy Jr. Um ex-boxeador que precisou pedir dinheiro emprestado às irmãs para levantar seu sonho, Gordy foi um visionário. Ele amansou o discurso racial, poliu os excessos do rhythm’n’blues e reuniu os melhores talentos que tinha à disposição – caso dos cantores Marvin Gaye, Stevie Wonder e Diana Ross e os grupos vocais Temptations e Four Tops.

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Já Filadélfia é a casa da portentosa Philadelphia Internacional Records. Criação dos produtores Kenneth Gamble e Leon Huff, a gravadora colocou as cordas, muitas vezes a cargo da tradicionalíssima Orquestra da Filadélfia – em primeiro plano e seu time de compositores criou histórias românticas e pessoais, para que houvesse uma identificação maior do público. Foi daí que nasceram sucessos como Me and Mrs. Jones, interpretado por Billy Paul, ou If You Don’t Know Me By Now, de Harold Melvin e Blue Notes. Outra particularidade das criações da Philadelphia Records é o andamento dobrado da bateria, o que mais tarde seria obrigatório na produção dos hits da disco. O público brasileiro (o paulistano, em particular) poderá assistir a uma aula particular da soul music da Filadélfia na próxima sexta-feira, dia 10, no Teatro Brigadeiro (av. Brigadeiro Luis Antonio, 884, Bela Vista) com a apresentação do cantor Ted Mills. Ex-vocalista do Blue Magic, grupo vocal de ponta do cast de Gamble & Huff, ele irá cantar não somente os sucessos do Blue Magic mas os clássicos do soul da Filadélfia. “Haverá canções de bandas dos anos 70, todas conhecidas do público brasileiro”, diz ele, em entrevista a este blog.

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O Blue Magic nasceu da união de Mills com o grupo vocal Shades of Love. Mills, que considera seus vocais em falsete uma “dádiva de Deus”, se tornou um dos principais pontos de referência do grupo, ao lado das coreografias de Keith Beaton (a saber, os outros integrantes são Vernon e Vernon Sawyer e Richard Pratt). A junção dessas duas qualidades, aliás, se fazem presentes em Sideshow, terceiro single do quinteto e primeiro a atingir o top 10 da parada americana.

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Para Mills, a vantagem de trabalhar na Philadelphia Records foi todo o trabalho de base feito pelos executivos da companhia. “Kenny Gamble, Leon Huff, Tom Bell, Norman Harris e Linda Creed foram os meus mestres. Bell e Harris foram meus professores musicais e Linda me ensinou a arte de compor as músicas”, explica. Na parte musical, o Blue Magic trafegou entre as baladas e a pré-disco, explícita em canções como Look me Up. Mills, contudo, prefere não se ater a rótulos. “A gente fez músicas que se encaixavam no padrão disco, mas prefiro classificar nosso estilo como soul e black music.” O cantor mostra que o Blue Magic foi uma banda abrangente. Fez backing vocals para os Rolling Stones na canção If You Really Want to Be My Friend (faixa de It’s Only Rock’n’Roll, de 1974), e fez a cabeça de um dos gênios da música negra do século XX. “Prince disse que o som do Blue Magic o influenciou”, orgulha-se.

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Atualmente existem pelo menos três versões do Blue Magic. “Isso é normal, tem várias versões dos Ohio Players, dos Temptations e dos Delfonics”, diz Mills, referindo-se aos milhares de grupos que nascem das cismas de seus integrantes principais. Ele, no entanto, ainda é o melhor. Mesmo porque é o intérprete original das canções do Blue Magic. E é curioso perceber que sua apresentação cai dois dias antes do Dia dos Namorados, uma data em que no Brasil era sempre comemorada com shows de Billy Paul, outro egresso do soul da Filadélfia. “É que o amor nunca sai de moda”, encerra Ted Mills.

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