Madonna: das acrobacias às dores excruciantes no palco
A cantora americana sente os efeitos do tempo e cancela mais uma performance da turnê 'Madame X'. Hora então de recordar algumas de suas turnês históricas
“O tempo não espera por ninguém, também não irá esperar por mim”, cantam os Rolling Stones em Time Waits for no One. A inexorabilidade do tempo também está pesando, agora, para Madonna. No domingo passado, ela foi obrigada a cancelar mais uma data da turnê Madame X por causa de “dores insuportáveis”. “Quando subi ao palco para cantar Batuka, eu estava às lágrimas por causa das minhas contusões”, escreveu ela, em sua conta no Instagram. O fato é que a hoje sexagenária diva da música pop não tem mais condições físicas para executar as coreografias aeróbicas que suas performances exigem. E que as piruetas de tempos atrás cobram hoje o seu preço – que não está sendo barato, visto que Madame X tem sido um campeão em cancelamentos. Madonna, que se declara uma “guerreira”, anunciou que está na hora de escutar os avisos de seu corpo. Diante do iminente término das turnês espetaculosas da cantora, posto aqui cinco momentos em que ela fez história no showbiz.
BLONDE AMBITION (1990)
Foi a terceira turnê da cantora americana e uma de suas mais ambiciosas. Tinha cenários inspirados no filme expressionista alemão Metropolis (um dos cinco dispostos na apresentação), figurinos de Jean Paul Gaultier e simulação de masturbação durante Like a Virgin. Madonna foi assistida por mais de 800 000 pessoas e chegou a ser acusada de blasfêmia pela igreja católica. Parte desse imbroglio musical/religioso/pessoal foi exposto no documentário Na Cama com Madonna.
THE GIRLIE SHOW (1993)
Outra turnê recheada de elementos, digamos, sexuais. Que já eram tratados em Erotica (1992), disco que gerou o material dos shows. A apresentação foi descrita como uma mistura de “show de rock, de moda, desfile carnavalesco e um toque de cabaré”, ele marcou a primeira visita da cantora americana ao Brasil. A performance no estádio do Maracanã, Rio, atraiu 120 000 pessoas. Like a Virgin, dessa vez, virou uma canção de cabaré, na qual Madonna encarnava uma Marlene Dietrich dos tempos modernos.
CONFESSIONS TOUR (2006)
Uma performance respeitável para um dos melhores discos da cantora americana – Confessions on a Dance Floor, no qual ela surgia mais dançante. O cenário fazia referência a movimentos musicais como glam e disco e faturou cerca de 195 milhões de dólares (242 milhões nos dias de hoje). O momento em que cantava Live to Tell numa cruz estilizada e com uma coroa de espinhos causou polêmica entre grupos cristãos.
STICKY & SWEET TOUR (2008/2009)
A turnê marcou a segunda vinda da cantora ao Brasil e foi outro sucesso de faturamento: 282 milhões de dólares (328 em valores atuais). Foi gerada a partir do disco Hard Candy, de 2008, no qual fazia parcerias com os astros da então emergente cena pop – Britney Spears, Justin Timberlake e Britney Spears. Madona chamou a atenção pela invejável forma física e pelo cenário, que por vezes fazia referência à Nova York dos anos 80.
REBEL HEART TOUR (2015/2016)
A décima turnê de Madonna teve como inspiração desde o musical Grease, levado aos cinemas por John Travolta e Olivia Newton John, ao épico 300. Musicalmente, é uma das turnês mais abrangentes de sua carreira, indo dos anos 80 para os dias atuais em cerca de 20 canções. O faturamento chegou a 170 milhões de dólares.