Yago Dora: as mudanças cruciais para conquista do título mundial no surfe
Com a vitória, o surfe do Brasil chega à marca de oito títulos em 11 anos

Mais uma vez, o título mundial da WSL (World Surf League) ficou com um brasileiro. Yago Dora, 29, entrou para a galeria de campeões do mundo ao superar o americano Griffin Colapinto no confronto decisivo do Finals, em Cloudbreak, Fiji, nesta segunda-feira, 1. Líder da temporada regular, o curitibano radicado em Florianópolis só precisou de uma vitória para sacramentar o título. Filho de Leandro Dora, conhecido como Grilo, um dos grandes técnicos do esporte, começou a surfar aos 11 anos, e passou a se dedicar de forma mais firme ao esporte aos 16 anos.
Após ficar muito próximo de uma vaga nos Jogos Olímpicos Paris 2024, em 2025, ele viveu um ano mágico. Venceu as etapas de Peniche, em Portugal, e Trestles, nos Estados Unidos, e foi vice em J-Bay, na África do Sul. Além disso, terminou quatro vezes na quinta posição, o que lhe permitiu chegar a com vantagem na liderança. Esta nova fase, a mais brilhante da carreira até agora, veio após muitas mudanças radicais, incluindo deixar de ser treinado pelo pai, que permanece próximo, mas no papel de torcedor. Agora, o atual técnico é Leandro da Silva, que trabalhava com Grilo até a temporada passada.
“É muito legal ver as coisas acontecerem. Claro que uma mudança sempre tem seus riscos, dá medo e todo mundo vai falar sobre isso, que estou certo, que estou errado. Estou feliz que ainda sou o mesmo e vou seguir fazendo o que amo fazer”, comentou o brasileiro após a vitória na etapa portuguesa. Yago agora se junta a Gabriel Medina (2014, 2018 e 2021), Filipe Toledo (2022 e 2023), Adriano de Souza (2015) e Italo Ferreira (2019) como os brasileiros campeões da WSL.
O presidente da liga de surfe da América Latina, Ivan Martinho, também comemorou a conquista de Yago. “O Brasil vive um ciclo virtuoso no surfe mundial. Dentro d’água, nossos atletas acumulam títulos históricos. Fora dela, somos palco dos maiores eventos, líderes de audiência e de base de fãs. Esse movimento se retroalimenta: cada vitória amplia nossa relevância global, e as consequências são condições cada vez maiores para novos campeões surgirem”, comentou Martinho.