TV Brasil prepara corte em seus principais telejornais; entenda motivo
Clima na emissora é de tensão entre os apresentadores
A TV Brasil se prepara para um desmonte do jornalismo na emissora pública. A coluna soube que já na sexta-feira 30 três jornais locais sairão do ar nas praças de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Outro jornal que está com os dias contados é o nacional Repórter Brasil Tarde, que vai ao ar de segunda a sexta. Apenas um jornal conseguiu se salvar, o Repórter Brasil, que será repaginado e contará com novos apresentadores. As mudanças acontecem com a chegada da nova gestão, que deve apresentar, em breve, a grade da emissora. Muitos funcionários insatisfeitos enviaram uma carta à presidência da EBC em Brasília.
Com o fim dos jornais, dois experientes apresentadores deixarão a TV pública – Giulianno Cartaxo, ex-TV Record, em Brasília, e Munike Moret, também ex-Record, no Rio. Com longa experiência no mercado jornalístico, eles conseguiram elevar a audiência da TV Brasil na faixa de horário dos telejornais locais retomados em 2021. No Rio, Munike, que por quinze anos trabalhou ao lado de Wagner Montes, passou por todos os jornais da emissora do bispo Macedo. No início de junho, os novos gestores encerraram o contrato da apresentadora Katiuscia Neri, que comandava o nacional Repórter Brasil havia dez anos. A decisão surpreendeu os colegas de redação. O clima de tensão toma conta de outros apresentadores ainda com contrato vigente.
Após publicação da nota acima, Hélio Doyle, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), entrou em contato com a coluna. Ele esclarece que:
“Não está tendo desmonte algum, ninguém foi demitido ou perdeu emprego. O que aconteceu foi uma decisão editorial, decidimos mudar alguns apresentadores contratados. Esta substituição de apresentadores, com a finalidade de dar cara nova à programação existente, é um movimento normal de mercado. Como temos equipe reduzida de jornalismo e de pessoal na área técnica, vamos nos concentrar num telejornal só, o noturno, pelo menos neste momento. Interromperemos os jornais locais, apenas isso. A audiência dos locais é irrisória. Essa foi uma opção que tomamos diante da realidade, não temos equipe para fazer tudo. Há uma grande carência de pessoal, até os empregados admitem que são poucos os jornalistas contratados. O último concurso foi em 2013. Mais uma vez, não é desmonte”.