Tuites parabenizando Bolsonaro viralizam, mas motivo não agrada
Munidas de ironia, maioria das postagens é contrária ao veto do presidente ao projeto de lei que repassaria quase R$ 4 bilhões para o setor cultural
A expressão “Parabéns, Bolsonaro” está entre os assuntos do momento do Twitter nesta quarta-feira, 6. Mas, ao contrário do que possa parecer, não se trata de uma homenagem ou comemoração de aniversário do presidente do Brasil. As postagens que estão agitando as redes sociais têm como assunto principal a recente decisão de Jair Bolsonaro, que vetou o Projeto de Lei Complementar nº 73, de 2021, conhecido como Lei Paulo Gustavo.
A mesma hashtag é usada tanto por apoiadores do presidente quanto por internautas insatisfeitos com o veto de Bolsonaro. Ao todo quase 10 mil tuites com a tag #ParabénsBolsonaro foram postados na rede social.
Parabéns Presidente por ter vetado a Lei Paulo Gustavo, dinheiro público serve pra Pastor Picareta, orçamento secreto e ONG de jogador de futebol. Grande Dia! Brasil encima de Todos!
— Antony Jojohn (@AntonyJojohn) April 6, 2022
A medida, que leva o nome do ator que morreu de Covid-19 em maio do ano passado, propunha o repasse de R$ 3,8 bilhões para o enfrentamento dos efeitos da pandemia sobre o setor cultural. Paulo Gustavo era um dos artistas mais populares do país e sua morte precoce, aos 42 anos, gerou grande comoção nacional.
É isso aí, tem que dificultar a vida elitista fácil de uma turminha exclusiva do meio artístico, parabéns presidente.
Deixando claro, que não sou contra a cultura e as manifestações artísticas, mas utilizar verba pública para beneficiar militância política, é inaceitável. pic.twitter.com/E4qdAzS6IY— 𝐎𝐒𝐄𝐈𝐀𝐒 & 𝕄𝕒𝕣𝕖𝕤𝕚𝕒𝕤🌊🏄♂️🤡 (@PradoOseias) April 6, 2022
O projeto de lei também previa a implementação de mecanismos de estímulo à participação e ao protagonismo de mulheres, negros, indígenas, povos tradicionais, pessoas LGBTQIA+, com deficiência, entre outros grupos, no setor da Cultura.
A proposta foi aprovada pelo Senado em março passado. Em sua defesa, o presidente, por meio da Secretaria-Geral da Presidência, argumentou que o PL contraria o interesse público, pois cria uma despesa que poderia ultrapassar o teto de gastos.