‘Sem cura’, diz oncologista sobre fase metastática do câncer de Biden
Doença se agrava no ex-presidente devido a sua idade

Joe Biden, 82 anos, foi diagnosticado com câncer de próstata com metástase óssea, informou seu gabinete neste domingo, 18. O tumor na região recebe uma pontuação na escala de Gleason, que mede de 0 a 10 a aparência das células cancerígenas – o ex-presidente recebeu o diagnóstico do estágio 9, um dos mais agressivos. Segundo o oncologista Ramon Andrade de Mello, o câncer de Biden, que já está em fase metastática, é incurável. “Quando essa doença, principalmente da próstata, se dissemina para os ossos, ela acaba por trazer questões como dor, risco de fratura, até, por exemplo, uma fratura de uma coluna, o paciente pode perder os movimentos da perna”, explicou à coluna GENTE.
A doença, no entanto, se agrava em Biden pela sua idade. Ramon afirmou que, além de homens mais velhos terem maior probabilidade de terem comorbidades, existem as questões orgânicas que aos poucos ficam mais prejudicados, como hemograma, função renal, hepática, entre outros. O tratamento também é complexo. “O eixo do tratamento desses pacientes gira em torno da hormonioterapia, quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Hormonioterapia bloqueia, de certa forma, a produção de testosterona, que é como se fosse o alimento do câncer de próstata. Isso vai frear a replicação do tumor de próstata, só que de certa forma esses pacientes vão em determinado momento desenvolver mecanismo de resistência”, complementou.
Além disso, há uma grande barreira cultural entre os homens: uma parte do diagnóstico tardio vem da falta de exames durante a vida. “O preconceito e o medo de realizar o toque retal, muitas vezes por desconhecer a importância e muitas vezes até por desconhecer a questão da técnica também de realização. Os homens eles são mais desleixados que as mulheres, então eles se cuidam menos. Isso também acaba por diminuir o índice de pessoas do sexo masculino que procura essas políticas de rastreio e também além disso também outra questão relacionada essas barreiras seria o desconhecimento com relação ao tratamento e que muitas vezes eles acham que vão ter efeitos colaterais como impotência sexual. A masculinidade barra um pouco a procura dos homens para a questão do rastreio”.