
Após 40 anos da TV Globo, de onde saiu em 2021, Renato Machado, 81, encara um novo desafio pela frente. Estreia o documentário Uma semana na Provence, no Canal Sabor & Arte, que nasceu do desejo em mostrar o recanto ideal para descanso e aproveitar o melhor que a vida tem para oferecer, com belos passeios e paisagens.
“Não é propriamente um documentário, é uma memória de um passeio à região provençal, mas não é sobre a França, nem sobre vinhos, apenas um passeio onde falo do sossego da vida rural. Eu tinha 15 anos ou 16 quando fui pela primeira vez naquela região. Acabei visitando meio sem saber bem o que era tudo aquilo e o que iria se transformar”, diz o jornalista, que precisou recentemente ser internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio, para realizar exames de rotina, mas já está em casa.
Renato também lança a primeira edição do seu curso de vinhos franceses, que surgiu da iniciativa de aliar a escolha de uma bebida de qualidade com bom preço, além de compartilhar o conhecimento adquirido em mais de 40 anos em viagens. Em conversa com a coluna, ele comenta sobre a saída da TV Globo, após ser editor-chefe e apresentador do Bom Dia, Brasil, correspondente internacional em Londres.
“Não me aposentei lá. Foi um acordo, feito há algum tempo, o tempo correu e chegou o momento de me despedir. Já era algo combinado e previsto. A vida muda e você vai mudando junto. Foi uma saída não só negociada, como suave. Tinha necessidade de trabalhar em outros projetos, até para testar a minha capacidade de carregar o barco sozinho. Sinto falta dos amigos, do convívio com as pessoas, mas mantenho contato quase que permanente com os que me cercaram. Da correria não sinto muita falta. Ela às vezes levava a cometer um erro ou outro. Tenho impressão que a página foi virada. Agora, os projetos que tenho de gravação vão exigir liberdade que o telejornal e o dia a dia da cobertura não permitiria. Não existe relógio implacável. Apesar dos meus 81 anos, me sentia em plena forma para trabalhar como me sinto até agora. Não atravessei a chuva do etarismo”.