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Cultura

Raphael Montes sobre classificação indicativa em livros: ‘é censura’

Autor fala à coluna GENTE sobre o futuro de ‘Beleza Fatal’ e críticas a ‘Dias Perfeitos’

Por Tatiana Moura, Valmir Moratelli SEGUIR SEGUINDO 26 out 2025, 11h00

Um dos principais autores de suspense do Brasil, Raphael Montes, 35 anos, teve Dias Perfeitos adaptado recentemente para uma série de oito episódios da Globoplay. A produção atingiu um público novo, que criticou a maneira como ele lida com algumas questões ao longo dos textos. “O trabalho do artista é se arriscar e falar de assuntos interessantes, polêmicos e atuais. Além de fazer provocações e as pessoas pensarem. Eu vi mais gente falando bem do que mal, mas falar mal faz parte”, diz ele à coluna GENTE.

O autor pontua que, ao longo dos anos, antes de ter as obras adaptadas para a televisão, ele realizava palestras em colégios. Seus livros ajudaram outras pessoas a perceberem que sofriam abuso sexual ou psicológico de parceiros. Para ele, por mais que seja um livro adulto com temas sensíveis, é necessário que adolescentes leiam e reflitam sobre as pautas abordadas desde cedo. “Eu tenho dificuldade em acreditar em classificação indicativa na literatura. Para mim, qualquer tentativa desse tipo de limitação é censura”, aponta.

No começo do ano, o escritor ganhou mais notoriedade pelo trabalho como roteirista em Beleza Fatal, série original da HBO Max. A produção fez sucesso entre os jovens e, em tese, foi criada com a previsão de ter uma única temporada. Mas devido à aclamação do público, o autor não descarta a possibilidade de uma continuação. “De início não tinha nenhuma ideia, mas hoje em dia tem alguns caminhos que acho interessantes. Não posso confirmar que vai ter, mas é uma possibilidade”.