Produtores falam do desafio de não romantizar ‘Maníaco do Parque’ em filme
O diretor Mauricio Eça e a pesquisadora Thaís Nunes, em entrevista ao programa semanal da coluna GENTE, detalham produção sobre serial killer
Ambientada em São Paulo, em 1998, o filme Maníaco do Parque mostra a caçada ao motoboy Francisco de Assis Pereira, condenado por atacar 23 mulheres e assassinar dez delas, e como uma jovem repórter precisou lidar com o machismo enquanto encarava um dos casos policiais mais midiáticos do país. O filme sobre o caso real que chocou o Brasil chega ao Prime Video em 18 de outubro, acompanhado de uma série documental de quatro episódios, ainda sem data de estreia. Em entrevista ao programa semanal da coluna GENTE no Youtube, no streaming VEJA+ e também disponível no Spotify, o diretor Mauricio Eça e a pesquisadora Thaís Nunes falam sobre tendência de “true crime” no streaming e do desafio de dar luz à trajetória de um serial killer.
MAURICIO EÇA: “É uma coisa que historicamente vem de muito tempo. Se for pensar em um cineasta como Hitchcock, os filmes deles se baseiam em crimes, como Psicose. Tem uma cultura americana, mas nós brasileiros sempre consumimos. E é interessante entender como o público que mais consome é o feminino. Realmente às vezes me inquieta isso. E ao mesmo tempo é interessante a reflexão que as pessoas fazem com esse tipo de produto. Entender os motivos, a questão da mente humana. Isso se aproxima muito da vida real das pessoas”.
THAÍS NUNES: “O cuidado sempre foi não tomar como verdade a versão contada pelo Francisco. Esse crime tem uma particularidade, é um assassino em série que teve muitos minutos na televisão aberta para contar a versão dele. Sendo que a principal característica da personalidade do Francisco é ser um mentiroso. A gente quis quebrar esse ciclo, e tornar a narrativa voltada para a versão das mulheres. E não a versão contada pelo Francisco”.