Pepeu Gomes surpreende com posição sobre protestos políticos em shows
Músico, que está na série documental ‘Rock in Rio - A História’, do Globoplay, fala a VEJA
Pepeu Gomes, 70 anos, é um dos mais emblemáticos músicos do país. Cantor, guitarrista, violonista, multi-instrumentista e compositor brasileiro, está indo para a oitava edição do Rock in Rio – como artista e também como frequentador. Em conversa com a coluna, ele responde se cabem protestos políticos em festivais musicais e se pretende se posicionar a favor de algum candidato, como vêm fazendo outros artistas. A resposta a seguir é em tom melancólico:
“O Brasil não está nada rock’n roll. Teremos eleição e Copa do Mundo, depois de uma pandemia, fica difícil você conseguir estruturar um país. Muita confusão ao mesmo tempo, são 20 milhões de analfabetos e esfomeados. Isso tá errado… Festival é lugar de música, de se fazer música, se divertir de tarde e dançar à noite. Não tem nada a ver música e política, tem que saber separar as coisas. Nunca gostei de me meter com política. Defendo as classes, sou solidário. Mas não tenho lado, posição, partido, infelizmente. O país não me proporciona isso. Ninguém me enche o coração, me faz sorrir ou ter esperança para cultura. Um país que não tem ministério de cultura, só secretaria… é difícil o artista se posicionar”.
Junto com a ex-mulher, Baby do Brasil, Pepeu coleciona história da MPB como parte dos Novos Baianos, icônica banda que marcou os anos setenta e oitenta. Recentemente, lançaram Baby & Pepeu no Noites Cariocas, gravado no Morro da Urca, no Rio. Ele também deu depoimento à série original do Globoplay Rock in Rio – A História.