Os cinco desfiles mais politizados da história da Sapucaí
A coluna selecionou momentos que renderam forte crítica social em pleno Carnaval; relembre
“Ratos e urubus, larguem minha fantasia” (1989), da Beija-Flor – O mais icônico desfile de Joãosinho Trinta. A maioria dos componentes desfilando com farrapos e lixo, além da memorável escultura do Cristo Redentor, censurada pela igreja, coberta de saco preto. A Sapucaí nunca mais voltou a presenciar algo tão forte sobre as nossas desigualdades sociais. Apesar do vice-campeonato, o desfile foi eternizado.
“O povo conta sua história: saco vazio não para em pé – a mão que faz a guerra faz a paz” (2003), da Beija-Flor – Outro desfile da escola de Nilópolis. O primeiro carnaval da primeira gestão de Lula (PT) contou com um boneco gigante do presidente então recém-eleito com a bandeira do programa Fome Zero. A escola saiu campeã.
“Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu” (2018), da Beija-Flor – A escola foi campeã fazendo crítica social com alusão ao personagem Frankenstein. Beija-Flor questiona quem são os verdadeiros monstros, ao trazer à Avenida políticos como vampiros sanguessugas do povo brasileiro. Os abandonados são os retirantes nordestinos, pedintes, crianças em situação de pobreza, artistas populares. Mais uma vez, saiu campeã.
“Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?” (2018), da Paraíso do Tuiuti – O inédito vice-campeonato da escola foi em cima de imagens emblemáticas, como a crítica à reforma trabalhista aprovada pelo então presidente Michel Temer, representado como um vampiro no alto de uma alegoria.
“Histórias para ninar gente grande” (2019), da Estação Primeira de Mangueira – Uma imensa bandeira de Marielle Franco (PSOL), assassinada um ano antes, deu a tônica do desfile, com um samba que resgatou diversas personalidades invisibilizadas pela história “oficial”.