Ópera ‘Matraga’, de Rufo Herrera, faz curta temporada em BH
Universo do sertão de João Guimarães Rosa, fica em cartaz até terça-feira, 20, no Palácio das Artes

Baseada em A Hora e a Vez de Augusto Matraga, último conto de Sagarana, primeiro livro de Guimarães Rosa (1908-1967), a ópera Matraga tem direção musical de Ligia Amadio, regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, e direção cênica da atriz e dramaturga Rita Clemente; participam também da montagem o Coral Lírico de Minas Gerais e a Cia de Dança Palácio das Artes; em cartaz até terça-feira, 20, no Palácio das Artes, no centro de Belo Horizonte (MG).
Em três atos, Matraga tem libreto e música de Rufo Herrera. Em 2023, a produção teve pré-estreia na Gruta do Maquiné, em Cordisburgo (terra do escritor), e logo depois foi sucesso de público e crítica em Belo Horizonte, reunindo mais de 5 mil espectadores ao longo de quatro récitas.
Em uma carta ao tradutor de sua obra para o italiano, Edoardo Bizarri, em 1963, Guimarães Rosa confessa: “sou profundamente, essencialmente religioso. Daí todas as minhas, constantes, preocupações religiosas, metafísicas embeberem os meus livros. Os livros são como eu sou”. No conto de Rosa, Augusto Matraga é um fazendeiro poderoso e violento, “duro, doido e sem detença, como um bicho grande do mato”, rude como as terras remotas de Minas. Por temperamento, desprezo e ganância, perde tudo; dinheiro, posses e mais. Traído pela mulher, Dionóra, ao tentar recuperá-la e vingar sua honra, Matraga é emboscado e espancado por seus inimigos, os capangas do Major Consilva. Atirado de um despenhadeiro num abismo, é dado como morto. Salvo e em busca de um lugar no céu, apega-se à religiosidade. Matraga oscila entre a crença e a violência de sua natureza.
Para o presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, Matraga é um espetáculo ousado, contemporâneo, com características operísticas e sob inspiração de uma dramaturgia tipicamente mineira. Escolhemos o que em Minas é mais universal: a genialidade de João Guimarães Rosa”.
SERVIÇO: Matraga, da obra de João Guimarães Rosa / Ópera em três atos, de Rufo Herrera. Datas e horários: 17/5 (sábado), às 19h, 18/5 (domingo), às 18h, e 19/5 (segunda-feira) e 20/5 (terça-feira), às 20h / Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte) – Ingressos: R$60,00 a inteira.

