O silêncio de entidades de proteção à mulher no caso de Juliana Oliveira
Ataques à humorista e apoio de famosos a Otávio Mesquita e SBT estão na mira da Justiça

A denúncia de um suposto estupro cometido pelo apresentador Otávio Mesquita contra a humorista Juliana Oliveira em 2016 e tornado público há duas semanas, pode ter desdobramentos ainda maiores e mais graves do que se tem notícias até agora. Além da denúncia contra Otávio e um processo contra o SBT, a defesa de Juliana vem monitorando os ataques sofridos por ela nas redes sociais. Proferida por anônimos e famosos, como o ex-cunhado da apresentadora Ana Hickmann, as postagens de ódio, racismo e misoginia podem render dezenas ações na justiça.
Para o advogado de Juliana, o advogado Hédio Silva Jr, os ataques a sua cliente já eram previsíveis, já que “se trata de uma mulher preta”. O advogado ainda observa o fato de que nenhuma entidade de proteção à mulher, mesmo diante das imagens, saiu em sua defesa. Ele acredita que tudo terá “freio de arrumação’’ no curso da investigação e denúncia do ministério público, “pois as pessoas não tem interesse em saber o que aconteceu de fato ao longo de todos esses anos”.
Lucimara Parisi, Ratinho e César Filho são alguns dos famosos que foram às redes sociais do apresentador prestar solidariedade desde que a denúncia se tornou pública. Apesar desse apoio de famosos, o SBT, emissora que levou ao ar o episódio do programa The Noite, se mantém em silêncio. Nenhuma nota que se alinhe à defesa do apresentador foi divulgada oficialmente pela emissora.
Outro silêncio que causa estranheza é o do apresentador do The Noite. Danilo Gentili, sempre ativo nas redes sociais opinando sobre assuntos diversos, se manteve em silêncio até agora. Ele não entrou em contato com Juliana, assim como ninguém da emissora. Já com Mesquita, ele cortou relações de amizade há pelo menos dois anos, depois de um desentendimento nos bastidores da emissora que terminou com gritos e lágrimas.