O que levou homem mais rico da França a julgamento por espionagem
Bernard Arnault comanda a gigante de bens de luxo LVMH
O presidente e CEO da LVMH, Bernard Arnault, homem mais rico da França, foi a um tribunal de Paris nesta quinta-feira, 28, para falar sobre a suposta vigilância ilegal ordenada em prol da empresa, no julgamento de um ex-chefe de espionagem francês. Bernard Squarcini, que chefiou os serviços de segurança interna da França de 2008 a 2012, foi posteriormente contratado pela gigante de bens de luxo – que possui marcas como Louis Vuitton e Chandon no portifólio – como consultor de segurança. Ele é acusado de coletar ilegalmente informações sobre indivíduos e violar leis de privacidade para beneficiar o grupo.
Respondendo a perguntas da promotoria, Arnault disse que não tinha conhecimento das ações tomadas por Pierre Gode, seu braço direito de longa data na LVMH, que morreu em 2018, e teria ordenado a espionagem quase uma década atrás. O bilionário não é acusado de nenhuma irregularidade no julgamento, já que a empresa pagou um acordo de 10 milhões de euros em 2021 para encerrar uma investigação criminal sobre seu papel no caso.
As investigações apontam que, em 2008, agentes dos serviços de segurança interna da França foram mobilizados para tentar identificar um chantagista que tinha como alvo Arnault. O ex-chefe de espionagem, Squarcini é acusado de investigar Francois Ruffin, um jornalista ativista que agora é um parlamentar de esquerda no país. Em 2016, Ruffin produziu um documentário chamado Merci Patron! que colocou holofotes sobre o império de Arnault.