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O que é ‘transmídia’ e como ela está mudando a forma de consumir séries

Pesquisadora Mariana Dias lança livro sobre fenômeno digital, tendência também em novelas

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 nov 2022, 18h46 - Publicado em 20 nov 2022, 17h00

A pesquisadora, atriz e roteirista Mariana Dias também atua em Desnorteadas, websérie bem-humorada sobre um grupo de amigas da Zona Sul carioca, que discute relacionamentos transitórios, impossibilidade de planejar carreira a longo prazo, um mundo em que tudo muda a todo instante. É uma “narrativa transmídia”, já que as personagens compartilham recortes de suas vidas nas redes sociais. Mariana lança agora o livro Narrativa Transmídia: universos ficcionais que se expandem em múltiplas mídias (ed. Appris). “Transmídia” é um termo que vem sendo bastante utilizado em produções audiovisuais recentes.

“Trata-se de conteúdo de uma história que se expande por mais de uma plataforma”, explica Mariana, que aplicou a ideia na prática em seu projeto de ficção na web. E vem fazendo sucesso em festivais pelo mundo – ganhou como melhor websérie no Rome International Movie Awards, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante no Seoul Webfest, indicação para melhor dramédia, e menção honrosa do Tokyo Short Film Festival e do Japan International Film Festival.

Como surgiu a ideia de trabalhar este tema, ainda pouco debatido no país? Cheguei à conclusão de que queria estudar algo relacionado a narrativas no mestrado. Havia um tipo em especial que me chamava atenção: histórias que se desdobram por várias mídias. Descobri que o termo “narrativa transmídia” estava sendo usado, tanto na mídia quanto no meio acadêmico, de forma errada, sendo confundido com crossmídia e multimídia.

O que significa “narrativa transmídia”? É uma narrativa em que o conteúdo de uma história se expande por mais de uma plataforma de maneira complementar. Ou seja, cada nova mídia oferece conteúdo adicional, que revele mais sobre a história, seu universo ou personagens.

Pode dar um exemplo prático? Hoje um grande exemplo é o multiverso Marvel. Há uma série de filmes em que as histórias dos protagonistas são aprofundadas em séries de TV, que se expandem por quadrinhos, entre outros, formando uma experiência em que cada mídia é como uma nova janela para o universo narrativo.

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É uma forma de saciar o desejo do público em acompanhar mais daquela história? Acredito que sim. Pode saciar o desejo do público ao oferecer aos fãs a oportunidade de investir mais tempo em sua relação com os personagens ou com o universo da história, podendo, por exemplo, permitir que os mais engajados saibam antes dos outros sobre determinados acontecimentos. Ajuda também a lidar com o saudosismo quando são lançados novos produtos.

Você cita no livro, como exemplo de transmídia, a série norueguesa Skam. Já há produções brasileiras com característica transmídia? Quando comecei a estudar transmídia, em 2012, os exemplos nacionais eram tímidos, como a novela Viver a vida (2009), em que a personagem Luciana (interpretada por Alinne Moraes) tinha um blog. A maior parte dos produtos que se dizia transmídia era, na verdade, adaptação de conteúdo em diferentes mídias. Mais recente, há o projeto Desenrola e novela A dona do pedaço (2019), em que a personagem Vivi Guedes era digital influencer e postava conteúdos complementares na rede. E se não for suspeito, poderia citar as Desnoteadas (risos).

Desnorteadas é sua experiência pessoal no desenvolvimento e realização transmídia numa websérie, certo? Isso. O projeto demorou quatro anos para ganhar o que seria sua mídia principal, a websérie. Enquanto isso, nossas personagens (também atuo na série) já tinham perfis nas redes sociais e postavam vídeos no Youtube. A necessidade de que a série saísse do campo das ideias me fez começar a escrever roteiro, o que acabou sendo um feliz encontro de uma nova vocação. Gravamos às vésperas da pandemia e, por sorte, também a maior parte dos conteúdos complementares transmídia que seriam mais relevantes para a narrativa.

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Serviço: Noite de autógrafos – 21/11, às 19 h, com show de voz e violão de João Arruda e bate papo com a autora e convidados. Local: Estação NET Rio (Rua Voluntário da Pátria 35, Botafogo, RJ).

Mariana Dias -
Mariana Dias – (./Divulgação)
Capa do livro de Mariana Dias -
Capa do livro de Mariana Dias – (./Divulgação)
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