O que causa a erisipela, infecção que ‘arriou’ Bolsonaro
A coluna conversou com especialistas médicos a respeito da doença que afeta a circulação sanguínea

Após a derrota nas eleições, Jair Bolsonaro (PL) andou sumido dos eventos públicos, dizem, porque estaria tratando de um quadro de erisipela na perna – o que o fez ficar de repouso e sem poder vestir calça comprida. Uma ferida na pele provocada por uma picada de inseto ou um machucado pode ocasionar a erisipela, que se trata de uma infecção aguda causada por uma bactéria, em geral o Streptococcus, ao entrar na ferida. “Frieiras, feridas crônicas, fissuras nos pés e até mesmo um pequeno corte na pele ou uma picada de inseto podem funcionar como porta de entrada para a bactéria. Os sintomas comuns são dor, calor, rubor. Assim que eles forem notados, deve-se ir ao médico o mais rápido possível, antes que a doença se agrave e exija internação. Parte das medidas gerais do tratamento incluem repouso, de preferência com os membros inferiores elevados. Dessa forma, a prática de atividades físicas deve ser desencorajada até que a doença seja curada”, alerta explica Leonardo Stambowsky, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro.
A inflamação pode vir acompanhada de febre e até bolhas. Quando não há complicações, a erisipela é tratada com antibióticos e anti-inflamatórios, por 10 a 14 dias. “A erisipela é uma infecção da pele tratada com antibiótico, mas causa uma fibrose que compromete a drenagem linfática, e o retorno venoso acaba piorando o quadro. Existe até a profilaxia em que o paciente tem que tomar injeção regularmente. Em teoria, não tem nada a ver com andar de moto, mas o exercício ajuda porque auxilia no retorno venoso e linfático. Quem tem erisipela acaba tendo de novo por causa da fibrose e se torna um ciclo vicioso”, explica o dermatologista Igor Manhães, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.