O ousado projeto da Globo de levar Antártida para Curicica
Diretor Bruno Safadi adianta detalhes da produção

Enquanto cariocas enfrentam temperaturas cada vez mais altas, os diretores da TV Globo fizeram nevar em Curicica, Zona Oeste do Rio, com o planejamento do filme Antártida. O projeto glacial é um dos testes da aposta milionária da emissora em tecnologia com o novo estúdio de produção virtual, inaugurado em dezembro.
“No ano passado, José Luiz Villamarim [diretor de teledramaturgia] me telefonou falando que a Globo estava para adquirir essa tecnologia e me pediu para fazer testes para entender quais eram os desafios, qualidades e dificuldades aplicadas a um produto de dramaturgia”, conta Bruno Safadi, diretor artístico do longa-metragem, que para estudar o desafio, gravou algumas cenas.
Com roteiro de Claudia Jouvin, o suspense gira em torno de um grupo de militares e cientistas que chega a uma base brasileira na Antártida. Durante a recepção da equipe há um crime, e a subcomandante da base assume a investigação. “Ao mesmo tempo, acontece uma crise climática e todos ficam presos na base. É uma queda brusca de temperatura, que fica menos 30 graus celsius”, explica Bruno.
A temperatura negativa, na verdade, é representada por 15 graus celsius para que, segundo Safadi, as roupas façam sentido. A neve, por sua vez, ficou por conta de recursos virtuais, tecnologia já utilizada em séries da saga Star Wars, produzidas pela Disney+. “É revolucionária essa integração fluida entre virtual e real. Diferentemente das cenas em chroma key, onde o elenco muitas vezes atua diante de um fundo verde, na produção virtual, eles estão imersos na atmosfera da obra, tornando a experiência muito mais envolvente. Isso se aplica tanto à parte artística quanto à técnica, garantindo uma autenticidade maior”, conclui.
Antártida ainda não tem data de estreia, mas está nos planos da Globo para as comemorações dos 100 anos do grupo, em 2025.