O homem mais chato do Brasil, segundo Otávio Muller
Ator está em cartaz no Rio de Janeiro com a peça ‘O Caso’

Otávio Muller, 57 anos, atuou em sucessos da TV como as séries Tapas e Beijos e Sob Nova Direção, da TV Globo. Após fim do contrato fixo com a emissora, foca no teatro. Em O Caso, com temporada no Rio de Janeiro até o final do mês, ele interpreta Arnaldo, um homem que vive tomado por uma sensação de desinteresse absoluto por tudo e todos ao redor, acha tudo muito chato e não consegue prestar atenção em nada que as pessoas dizem. “O personagem, de uma maneira bem-humorada, generaliza a chatice. Eu, Otávio, acho que algumas coisas me paralisam, tipo a caretice. Por exemplo, a pandemia e a loucura que o Brasil estava diante dela. O governo parecia estar gostando da pandemia, do extermínio”, diz o ator. Quando perguntado quem seria o homem mais chato do Brasil, a resposta é de imediato: “Bolsonaro é chato de dar gosto. Ele é chato de tão careta”.
A peça também conta com Leticia Isnard, que interpreta a psicanalista. O texto francês contemporâneo, segundo Otávio, também critica a velocidade do mundo. “O excesso de informação, o excesso de imagens, faz com o que você perca pequenas coisas, que podem ser muito mais bonitas”, defende. O ator é diagnosticado com depressão e consegue ver um paralelo desse desinteresse com a doença. “Tem vários níveis de depressão. Eu tenho um traço bem pequeno de depressão, mas a gente tem níveis”. O espetáculo terá temporada em São Paulo em maio.
Serviço: Teatro das Artes (Shopping da Gávea, 2º Piso) – Sextas, às 21h, R$ 100 / Sábados, às 20h, R$ 120 / Domingos, às 19h, R$ 100,00. Duração: 80 min