Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

VEJA Gente Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Valmir Moratelli
Notícias sobre as pessoas mais influentes do mundo do entretenimento, das artes e dos negócios
Continua após publicidade

O duro golpe de ‘A Pequena Sereia’ ao racismo estrutural do Brasil

Pesquisadoras apontam que filmes da Disney reafirmam a representatividade

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 Maio 2023, 19h03

Nos últimos anos, o universo de filmes da Disney tem investido em uma maior diversidade dos personagens, como o recém lançado A Pequena Sereia, em que a protagonista é interpretada por uma jovem negra, Halle Bailey. O filme levanta uma discussão presente em outras produções, como Rainha Cleópatra, da Netflix, em que lugares de destaque passam a ser ocupados também por pessoas negras.

“A diversidade se tornou um valor muito relevante para a construção da imagem de uma grande empresa hoje. A Disney tem utilizado a diversidade como forma de renegociar ou ressignificar seu passado”, aponta Fernanda Mauricio, professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com estudos em questões raciais e cinema de animação.

Segundo a pesquisadora, essa diversidade é importante para desnaturalizar a presença de apenas um só tipo de corpo. Mas acompanhada de mudanças estruturais, dentro da empresa, em cargos de decisão. A historiadora e escritora Carolina Rocha, doutora em Sociologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), concorda com a visão de aumento da representatividade. “Isso tem a ver com o que a gente vê nas telas, na televisão. Por exemplo, A Pequena Sereia, uma menina negra de dreads. Agora a representação é pensar nessas pessoas negras na direção do cinema. Ou seja, o poder da caneta e o espaço de decisão precisa ser negro. A gente não quer só ter corpos pretos, estéticas negras, visíveis. A gente quer também estar com o poder de decisão sobre a construção dessas indústrias”, aponta Carolina.

Para a pesquisadora, as críticas em relação aos novos personagens, como a Pequena Sereia, são racistas. “Se a gente pensar nela, é uma invenção, uma ficção. Qual é a cor dela? Em muitas dessas obras, o livro não diz nem a cor da pele dos personagens. A produção cinematográfica coloca esses personagens de acordo com a leitura que faz, ou seja, cada um cria o seu personagem a partir do seu ponto de vista, do seu lugar de fala, da sua leitura de mundo e do mercado. E por que não várias pequenas sereias? É o racismo estrutural brasileiro, as pessoas não querem ver negros ocupando determinado espaço”.

Continua após a publicidade

Carolina também explica a importância dessas produções para a construção do imaginário das crianças negras. “Se uma criança não tiver autoestima, não aprende. Ela não tem interesse em ter conhecimento, em expandir conhecimentos. E sem isso não sonha, porque para a gente sonhar, é preciso ter um horizonte. A gente precisa olhar para o futuro, a gente precisa acreditar no futuro. Quando tira das crianças autoestima e confiança intelectual, está tirando a capacidade de sonhar. É o maior crime que o racismo produz”.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.