O difícil conselho de Cristovam Buarque a Lula
Ex-ministro da Educação fala a VEJA: ‘Temo uma tentativa de golpe em 7 de setembro’
Em conversa com a coluna, Cristovam Buarque, 78 anos, falou sobre seu temor em relação ao feriado de 7 de setembro, em que Jair Bolsonaro (PL) tem convocado apoiadores para ir às ruas e preparado uma parada militar em Copacabana, no Rio. “Temo que haja uma tentativa do golpe, com consequências muito negativas durante algumas semanas ou meses. Mas que não durará. Mas antes de acabar, vai trazer problemas. Não tem apoio para um golpe de vinte e poucos anos. Mas um coronel ir para a rua com tanque de guerra e os generais se acovardarem… A milícia do Bolsonaro, as policias militares… Há sim uma possibilidade. Por isso desde o começo eu defendo que a gente tenha que resolver isso no primeiro turno com o Lula”, diz.
Cristovam foi ministro da Educação entre 2003 e 2004, no primeiro mandato do petista, e depois reeleito em 2010 para o Senado pelo Distrito Federal, com mandato até 2018. A seu ver, é importante que uma possível vitória de Lula seja encarada com os pés no chão. Que desafio ele acredita que a oposição tem pela frente?
“Convencer o PT de que a vitória não será do PT nem do Lula, será do Brasil e dos democratas. O Lula tem que convencer o PT de que a disputa não é do PT contra Bolsonaro, mas dos democratas contra Bolsonaro. Que ele leve os quatro anos de governo com esta perspectiva, sem aparelhamento como foi da outra vez. Tem que ter ideias de um grande consenso democrático. Neste sentido, meu conselho ao Lula é se inspirar no que fez Tancredo”, diz.
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