Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

VEJA Gente Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Valmir Moratelli
Notícias sobre as pessoas mais influentes do mundo do entretenimento, das artes e dos negócios
Continua após publicidade

Nany People: ‘Conheço muito pastor que faz coisas que nem o diabo sabe’

Artista estreia novo solo musical no Rio de Janeiro e fala a VEJA sobre direitos LGBTQIAPN+ e critica bancada evangélica

Por Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 20h16 - Publicado em 7 nov 2023, 12h00

Assinando o roteiro e a direção de seu novo solo musical, Nany é Pop!, Nany People, 58 anos, se apresenta no Rio de Janeiro a partir desta terça-feira, 7, trazendo o amor como tema principal. Tudo intercalado por números musicais do cancioneiro romântico, com clássicos como Os Amantes, de Luiz Ayrão; Tigresa, de Caetano Veloso; e Coração de Papel, de Sergio Reis. Nany também está de volta à TV, gravando participações em Fuzuê, como jurada no Caldeirão com Mion e na nova temporada do Vai que Cola. A artista conversou com a coluna sobre os projetos atuais e as mudanças no mercado artístico.

O amor é tema principal do seu musical. Por que escolheu essa temática? Canto o amor no estado da água. Sólido, líquido e gasoso. Sobre o Nany é Pop, eu vi um espetáculo há muito tempo atrás, com Chico Anysio chamado Eu conto, vocês cantam. Ele contava histórias que todo mundo lembrava da música. Observando aquilo, pensei: ‘A música é uma equação que faz a gente se lembrar no sentido mais apurado da nossa vida, que é a audição’. Porque o olfato e o paladar te remetem a situação que você viveu, lembram o bolo da avó, parecem o perfume da tia. A música não, você ouve uma num momento da sua vida, daqui a 30, 40, 50 anos, vai sentir exatamente o que viveu quando ouviu a primeira vez.

Já sofreu por amor? Lógico, amar é você saber que vai tomar um porre, ficar de ressaca e jurar que não vai fazer mais aquilo. Daqui a pouco está bêbado de novo. A gente tem que procurar passar pelo baile da vida sem deixar ninguém atrapalhar seu ritmo, se o par está ruim, muda o ritmo, muda o parceiro, muda o baile. Porque a gente só tem obrigação de uma coisa: ser feliz.

Recentemente ocorreu a votação sobre casamento gay no Congresso. Isso te preocupa? Isso é cortina de fumaça que a bancada evangélica levanta, sobre a moral da lei dos bons costumes. Te garanto que conheço muito pastor evangélico que faz coisas que nem o diabo sabe fazer. Então fica essa cortina, de voltar atrás de uma coisa que é constitucional. E tentar mexer nessa lei é como dizer que racismo não existe. Você fere diretamente o direito de ser, estar, permanecer e ficar numa sociedade. Nem eles são padrões de exemplo. Eles fazem isso para distrair a população de coisas muito mais importantes que temos que pensar.

Você está gravando participações em “Fuzuê, que amarga baixa audiência. Isso afeta a motivação no trabalho de alguma forma? Não vejo audiência e não vejo crítica. Fazer crítica por crítica é como fazer uma reforma em casa. Só sabe a dor de cabeça, de pedreiro, de material, de orçamento. Aí vem uma pessoa do nada fazer uma visita e fala assim: ‘colocou a escada aqui? Por que não lá?’. Eu acho ‘cafonérrimo’ isso de nota 10, nota zero, é coisa dos anos 70. Quem é você? Sabe o que diz? Estava lá? Eu não ligo, faço acontecer.

Continua após a publicidade

O que mais te marcou até aqui nos bastidores da novela? Quando vi Lilian Cabral, quase tive uma síncope nervosa. É uma atriz que sigo há 30 anos, em todas as peças de teatro. Falei para ela: ‘sou sua fã. Mudei minha história de vida por você. Fui para São Paulo fazer teatro por causa de você’. E ela respondeu: ‘Te conheço, Nany, a gente vai fazer uma leitura’. Resumindo, a gente ficou seis horas em reunião, ela se transformou na minha irmã mais velha. Isso foi no Sétimo Guardião [novela de 2018], estenderam meu contrato, e eu e ela gravamos até a última cena juntas. E agora em Fuzuê a primeira cena que gravei foi com ela, até tentei uma surpresa, mas quando cheguei, ela já gritou ‘eu já sabia!’.

Faltam mais trabalhos para travestis na TV? Acho que não só aumentou, como agora a gente tem conseguido respeitabilidade até no próprio ambiente de trabalho. Fiz cinco audiovisuais em menos de seis meses. Fiz um filme que chama Vai ter troco, onde faço uma empregada desconstruída. Fiz Um dia cinco estrelas, onde faço uma mãe cis… O mercado se expandiu muito. Estamos sendo vistas, ouvidas e respeitadas, embora o caminho seja longo.

O que as novas gerações LGBTQIAPN+ têm que saber que a sua geração aprendeu na marra? Primeiro tem que ter interesse. Porque tem uma geração que acha que a vida aconteceu depois que inventaram o Tik Tok. O que mais me emociono são pessoas jovens me reconhecendo, me agradecendo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.