Mangueira é o grande destaque da primeira noite na Sapucaí
Verde e rosa fez um desfile impecável com samba valente

A primeira noite de desfiles do grupo especial do Rio de Janeiro na Marquês de Sapucaí foi marcada por várias escolas com problemas técnicos, seja nas alegorias e adereços ou em evolução. O espetáculo teve início com a Império Serrano, que trouxe um enredo sobre Arlindo Cruz com um samba mediano e conjunto alegórico com qualidade abaixo do esperado. A verde e branco da Serrinha, no entanto, levou nota 10 em emoção ao encerrar seu desfile trazendo o grande homenageado na última alegoria acompanhado da família. A escola briga para não descer mais uma vez.
Tentando o bicampeonato, a Grande Rio foi a segunda a passar pela avenida com o enredo em homenagem a outro sambista ilustre: Zeca Pagodinho. Sem fazer um desfile com cara de campeã, a agremiação de Caxias trouxe qualidade em suas alegorias bastante coloridas que remontam a vida no subúrbio carioca tantas vezes retradas nas canções populares de Zeca. A comissão de frente arrancou aplausos do público, mas foi a bateria, com a rainha Paolla Oliveira, que fez todos vibrarem como ponto alto de um desfile sem pinta de campeã.
A terceira a passar na Sapucaí foi a Mocidade Independente de Padre Miguel com o enredo sobre os bonecos de barro inspirados em mestre Vitalino. A escola teve vários problemas técnicos em suas alegorias mal acabadas que deixaram a desejar, mostrando que a agremiação da zona Oeste do Rio terá sérios problemas em sua pontuação final. O samba, apesar de mediano, compensou as falhas técnicas, e a comissão de frente não empolgou ao trazer componentes ilustres como os bonecos de barro. Faltou criatividade a verde e branco de Padre Miguel.
A Unidos da Tijuca foi a quarta escola a se apresentar com o enredo sobre a Baía de Todos os Santos, em um samba fez juz ao que se pretendia. Lexa a frente da bateria deu seu nome, a escola foi valente e pode beliscar um lugar entre as seis primeiras, a depender das próximas apresentações desta segunda.
O Salgueiro, penúltima a desfilar, trouxe os pecados do inferno carnavalizado. Em alusão a este enredo, ela pecou principalmente em evolução, permitindo que fossem abertos diversos buracos entre as alas. Na frente do segundo carro, por exemplo, que trazia a atriz Dandara Mariana, uma verdadeira cratera entre dois módulos de jurados deve penalizar a agremiação, tirando qualquer sonho de vencer o título. Viviane Araujo, a frente da bateria, deu seu show a parte.
Por fim, a Mangueira encerrou a primeira noite saindo ovacionada e com grande destaque, com gritos de “é campeã!” ecoando das arquibancadas ao término da apresentação. O samba valente, as alegorias muito bem acabadas e os componentes cantando com toda a disposição fizeram a diferença numa noite irregular e com tantos problemas. A Mangueira fez o melhor show da noite e mostrou que não veio para brincadeira.
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