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João Lucas, marido de Sasha, explica por que abandonou a música gospel

Em conversa com a coluna GENTE, cantor diz como pretende se consolidar no pop com álbum previsto para novembro

Por Mafê Firpo 1 nov 2024, 07h00

Após anos na música gospel e agora trabalhando em novo álbum todo no pop, previsto para novembro, João Lucas, 24 anos, acaba de lançar a faixa Leonina, inspirada no signo de Sasha Meneghel, 26 anos. É um spoiler musical do que vem por aí. Juntos desde 2019, João conta como a mulher o influenciou nas novas escolhas – não só musicais, mas no figurino. Despontando na carreira, João não se incomoda de ser chamado de “Sasho”. A seguir, o bate-papo com a coluna GENTE.

Recentemente você lançou a música Leonina inspirada em Sasha. Qual foi a reação dela? Me inspirei no signo dela, leão. Não digo que é uma declaração, mas um depoimento dessas características de personalidade. Ela estava junto quando eu compus. Obviamente, como Leonina, ela disse: ‘Gostei disso, essa música é para mim’. Ela gosta muito quando eu trago essa relação das minhas experiências pessoais para a música. Ela até brinca que é a musa inspiradora do meu álbum, concordo. Ela é parte da minha vida, ela é a minha vida também.

Já teve alguma música que ela não gostou? Ela é sincera sobre as coisas que não gosta. Não teve nenhuma até hoje. 

Você passou um tempo no gospel católico. Como foi a transição? Por mais que eu tenha começado a cantar cedo e já tenha tido experiências e vivência no gospel, sinto que estou recomeçando. É tudo novo, estou me comunicando com público novo, da forma que sempre sonhei em fazer, sabe? Estou muito empolgado.

Sentia que não conseguia ser verdadeiramente você no gospel? Tinha mais dificuldade. Por conta do segmento, do nicho, do que se faz e do que é naturalmente aceito e consumido pelo público dentro das limitações que o gênero possui. Principalmente por falar de fé, a gente entra num aspecto de doutrinas, costumes, práticas, comportamentos que trazem limitação. De onde você pode estar, como pode estar, o que fazer, como pode fazer… 

Era muita doutrinação? Muita doutrina. Tudo depende, na verdade, de onde você vem… Mas, pelo menos na minha experiência, nem era tão rígido assim. Tem costumes dentro da religião, que não são aceitos, como determinadas vestimentas, tatuagem, coisas assim. Eram questões que eu tinha, às vezes, que me podar independentemente da minha vontade. Hoje não sinto essa pressão vindo da minha fé e do meu relacionamento com Deus.

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Você se decepcionou com o meio gospel? Não, nenhuma decepção. Com o tempo fui entendendo que meus posicionamentos da vida não se encontravam com o da massa religiosa, ainda mais no momento político que a gente viveu de eleições. Posicionamentos e momentos que a gente teve que se posicionar em prol de algo maior. Sentia que não correspondia à expectativa das pessoas. Mas não é uma decepção específica, tenho orgulho da minha trajetória, aprendi muita coisa. 

E continua sendo religioso?  O termo religioso me traz outras conotações, com as quais não me identifico, mas continuo sendo uma pessoa que se relaciona com a fé. Não me considero religioso, me considero espiritual.

Como Sasha entende essa sua nova visão? Ela também compartilha a mesma fé que eu, e acompanhou o meu processo de transição da música gospel para o pop. Ela faz parte do meu amadurecimento, de me descobrir como um ser humano.

Começar um relacionamento com ela acarretou em uma maior exposição. Como lidou com isso? Nos primeiros meses foi um desafio, mas pude compartilhar essas questões com ela e a família dela, até antes da gente assumir o namoro. Conversei muito com a Xuxa a respeito disso e ela me falou coisas boas sobre esse aspecto da vida pública que sempre vou levar comigo. 

Você mudou seu estilo de se vestir influenciado pela Sasha? Com certeza. Sasha, ela é formada em moda, então é uma coisa que faz parte do dia-a-dia dela, mas sempre gostei de me expressar através da roupa.

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Você usa roupas da Xuxa? Usei o acervo dela para o meu cenário (de um clipe). Todas as roupas que usei em Minuto de Saudade são de designers brasileiros. Meus dançarinos usaram coisas do acervo dela, não necessariamente figurinos da Xuxa. Ela colocou à disposição o acervo inteiro, fui lá com a equipe e a gente conseguiu achar peças interessantes que colaboram no projeto.

Como reage a comentários em redes sociais de que você “não se veste como um “homem”? Tenho percebido isso, o algoritmo começa a entregar seus posts a pessoas que comentam e engajam, e não necessariamente são comentários positivos, muitos haters. É muito diferente da forma como enxergo, mas é o que acredito, é como gosto de me expressar. Não acredito na limitação de classificar peças por gênero.

Você e Sasha sofrem pressão da Xuxa para terem um filho? Não vejo como pressão, vejo como vontade dita. É meio natural, nossos pais vão vendo como nossa vida tem se encaminhado e pensando:’ e aí, quando vai vir meu neto?’. Essa escolha está ligada à Sasha, ela que vai gerar, então ela tem que estar feliz, confiante e segura para esse passo tão grande na vida.

Ficou com medo quando esteve frente a frente com Xuxa pela primeira vez? Não. O primeiro dia que vi a Xuxa pessoalmente, foi quando a gente voltou de uma viagem, eu e a Sasha. Ela chamou a gente para um jantar. Ela foi muito querida, humana, muito coração, como é com todo mundo. Naquela época a gente não tinha nada, só era amigo. Hoje a gente tem intimidade, e obviamente é mais gostoso o relacionamento, a troca. Mas não teve medo, só uma timidez.

Costumam a te chamar de “Sasho”. Te incomoda? Algumas pessoas tentaram usar isso como ofensa, mas para mim não é uma ofensa, pelo amor de Deus. Seria uma ofensa se me associassem a uma pessoa da qual não me orgulhe, mas Sasha é a pessoa que eu mais me orgulho da vida. Se não estão acostumados a ver mulheres bem sucedidas mais famosas do que homens num relacionamento, é uma questão social, de uma construção machista, e não problema nosso.

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