Jesuíta Barbosa sobre sexualidade: ‘Fico com quem eu quiser’
Ator interpreta o seu primeiro protagonista no cinema em 'Malasartes' e defende a liberdade do homem: 'Não é gay, não é hétero. É um ser humano'
![Jesuíta Barbosa](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/08/jesuitabarbosa2.jpg?quality=90&strip=info&w=1125&h=720&crop=1)
Alçado a sex symbol graças ao longa Tatuagem (2013) e à série Justiça (2016), da Globo, o pernambucano Jesuíta Barbosa não gosta de falar da vida pessoal — mas não vê problema nenhum em discorrer sobre a própria sexualidade. Aos 26 anos, o ator, que estreia seu primeiro protagonista no cinema em Malasartes e o Duelo com a Morte, na próxima quinta-feira, diz que se considera livre. A produção, dirigida por Paulo Morelli (Cidade dos Homens, 2007), ainda conta com Isis Valverde, Vera Holtz e Leandro Hassum no elenco.
“Fico com quem eu quiser – sejam homens ou mulheres”, explicou. “A ideia de sexualidade é um pouco deturpada. Sou um ser humano que pode acessar diversos lugares”, diz ele, que não quer se prender a rótulos como “gay” ou “hétero”.
Confira abaixo a entrevista do ator, já escalado para Onde Nascem os Fortes, a próxima supersérie (leia: novela das 11) da Globo:
Como foi interpretar o seu primeiro protagonista no cinema? Te confesso que fiquei um pouco preocupado. Quando me falaram que eu faria o Malasartes, disse que preferiria fazer o Zé Candinho, personagem do Augusto Madeira. Mas eu sempre fui muito tranquilo, e não deixei que isso virasse uma questão de poder ou algo do tipo.
Malasartes, seu personagem, ganha a vida tentando enganar os outros para enriquecer. É o famoso “jeitinho brasileiro”? Sim. Ele tem um pouco dessa esperteza individual de querer se dar bem a qualquer custo. É o retrato do brasileiro – que é, acima de tudo, um sobrevivente. Ele olha para si com um pouco de egoísmo.
![Jesuíta Barbosa](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/08/jesuicc81tabarbosa3.jpg?quality=70&strip=info&w=650)
Por que fala pouco da sua vida pessoal? Podemos falar sobre sexualidade, mas não sobre relacionamento. A intimidade de cada um não precisa ser colocada à tona. Tem pessoas que colocam a vida pessoal em função de algo e eu acho isso muito bonito, mas falar da minha família ou com quem eu estou, não. Sou livre e fico com quem eu quiser – sejam homens ou mulheres. Prefiro não me bloquear.
Sem bloqueios? A ideia de sexualidade é um pouco deturpada. Sou um ser humano que pode acessar diversos lugares. Há artistas como (a cantora) MC Linn da Quebrada que trazem um rompimento do padrão estabelecido de sexualidade. Não é gay, não é hétero. É um ser humano.
Como será o seu personagem Onde Nascem os Fortes? Ainda sei muito pouco. É uma série em tom fantástico e cada personagem guarda um segredo, que será revelado ao longo da trama. Já trabalhei com José Luiz Villamarim, o diretor. A gente volta para Sertão Central, onde fizemos Amores Roubados. George Moura escreve o roteiro. Ele é pernambucano e tem um contato muito intenso com o interior.