Flávia Alessandra sobre ser rainha de bateria: ‘Cada sonho de uma vez’
Atriz desfila pela primeira vez como musa do Salgueiro neste Carnaval

Com muito brilho e o vermelho do Salgueiro, Flávia Alessandra, 50 anos, se prepara para a emoção de desfilar pela primeira vez no Carnaval da Marquês de Sapucaí. A atriz, tijucana como a escola, conta que o momento faz parte de uma lista de desejos que escreveu quando completou cinco décadas de vida. Ela intensificou os treinos, com aulas de samba todos os dias. Tarefa que não é fácil, já que tem trabalhado em conteúdos, como um podcast com a filha, Giulia, 24, além de estar em negociação com a TV Globo para a volta da novela Êta Mundo Bom!. Flávia conversou com a coluna GENTE sobre a rotina agitava, projetos e preparação.
Como estão os preparativos para desfilar pela primeira vez no Carnaval da Sapucaí? Estou intensificando um treinamento para resistir dançando com esse calorzão do Rio. Esse é o grande desafio que encaro, além de evoluir no samba. Intensifiquei meus treinos de força, coloquei mais aulas de samba, estou em alimentação mais regrada, ao mesmo tempo consistente, para conseguir me dar energia. Muito líquido para aguentar esse calor… De fato é uma dinâmica nova estar nesse lugar a céu aberto, ao ar livre, no calorão.
Quantas horas de ensaio por dia? Faço aulão com Carlinhos (coreógrafo do Salgueiro) de duas horas. Às vezes treino às dez da noite, é o horário que dá. Carlinhos também tem sua agenda. Junto com isso a vida continua. Estreei o podcast Pé no Sofá (com a filha, Giulia), semana passada foram cinco dias de gravação. Estou em reunião com Globo por causa de Êta Mundo Bom!. Lanço um portal em março, o Meu Ritual, onde vou concentrar todos os conteúdos ligados à rotina de bem-estar. A loucura é que a vida continua com casa, filha…
E a relação com Salgueiro quando começou? Sou tijucana. Quem é tijucano bate no peito com orgulho. Brinca que não tem outro bairro que dê origem assim, quem nasce na Tijuca é Tijucano, mas quem nasce em Copacabana é o quê? Não tem nome, entende? A Tijuca é especial. Quando fiz os 50 anos, ano passado, veio aquele checklist dos desejos, do que ainda não cumpri. E percebi que nunca tinha saído numa escola de samba. Falei: ‘Cara, tenho que realizar esse sonho’. E conversando com meu time, falei: ‘Poxa, seria incrível se fosse Salgueiro, um lugar que remetesse às minhas raízes’.
Tem vontade de algum dia estar no posto de rainha? É muito para almejar ainda. Sonhava em sair na Avenida, ainda estou sonhando com o dia do desfile. Cada sonho de uma vez, estou vivendo lindamente esse momento.
Dentro do samba, você sentiu algum preconceito em relação à idade? Não, não senti, pelo contrário, senti apoio da mulherada falando comigo: ‘que máximo te ver lá’, ‘nossa você está representando muitas de nós’. Foi legal essa troca, sem querer levantar nenhuma bandeira, mas de alguma forma estou conseguindo representar outras mulheres que não se sentiam pertencentes a esse lugar.
A família deve te acompanhar no desfile? A família está super me apoiando. Minha família é grande, então a gente se divide em levas para todos conseguirem me acompanhar. No último ensaio de quadra até meus pais conseguiram ir. É um revezamento.
O que pode adiantar de Êta Mundo Bom? Teremos preparação já em março, assim que acabar o Carnaval. Se Deus quiser, estarei gravando no início de abril.