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Ex-diretor da Globo fala sobre crise na TV e posição política da emissora

Pedro Vasconcelos é o entrevistado da semana no programa da coluna Gente no Youtube

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 jun 2024, 09h16

Foram mais de três décadas empregado da TV Globo, começando como ator, em Top Model, novela de 1989, a trabalhos como diretor, como em novelas de sucesso – Alma Gêmea (2005), A favorita (2008) e A força do querer (2017), entre outros. Pedro Vasconcelos, 50 anos, desde 2022 enveredou ao ramo dos cursos motivacionais, visando a ajudar pessoas que “não conseguem se desprender do passado de glórias”, como colegas demitidos da emissora. Entrevistado da semana no programa da coluna Gente no Youtube, o ex-diretor fala sobre a crise na TV aberta, as suspeitas de teste do sofá (favorecimento em escalação em troca de sexo) e a posição política à esquerda que, segundo ele, a empresa adota atualmente.

 

CONTEÚDO DA TV GLOBO. “Atores maravilhosos, textos maravilhosos e diretores maravilhosos: isso é a base de conteúdo, que faz qualquer empresa de dramaturgia dar certo. Pode ser no teatro, no cinema, na televisão. Infelizmente, a televisão foi abrindo mão desse entendimento e investindo única e exclusivamente no desenvolvimento tecnológico, um desenvolvimento muito subjetivo para o espectador. Ele tem que existir, mas não é o que conecta uma história ao espectador. Não é o que faz as massas pararem para assistir a um capítulo do dia seguinte. O capítulo do dia seguinte só é assistido se a pessoa acompanha uma grande história, interpretada por grandes atores, dirigida por grandes diretores”.

CRISE DA TV ABERTA. “É da internet que vai nascer o próximo grande movimento. A TV é a rádio do futuro. Como vou competir com milhões de pessoas que são capazes de produzir todo tipo de conteúdo possível? Não tenho a menor dúvida, é uma batalha inglória para a televisão. Ela vai manter se viva, até porque o rádio também existe ainda hoje. Mas sua importância cai muito à medida que podemos fazer todo tipo de conteúdo televisivo via internet”.

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INCLUSÃO FORÇADA. “Como faço para abordar a questão da homossexualidade, drogas, entre outros, de forma que a família não se sinta agredida? Quero que entendam que todos merecem ser tratadas com amor e respeito. Como faço para que aquelas pessoas que não foram incluídas na representatividade das obras de dramaturgia possam estar agora incluídas, mas de forma que a maior parte que está assistindo à televisão fale: ‘uau, que lindo, que legal’?! A inclusão precisa potencializar a obra de dramaturgia. Não a inclusão forçada, que está acontecendo muito hoje em dia”.

TESTE DO SOFÁ. “Graças a essa enxurrada de denúncias sobre assédio, vemos hoje teste de sofá em vários outros lugares. Até em lugares inesperados. A Globo levou a fama do teste do sofá, mas o fato é que existia um nível de rigidez, comprometimento, competência, e por isso tão poucas pessoas conseguiam se estabelecer naquele trabalho, ficar ali por muitos anos. O tal do teste do sofá está condicionado à falta de caráter de alguns seres humanos, tanto homens quanto mulheres. É muito triste ver que o ser humano consegue chegar em um lugar tão baixo, ao oferecer vantagens através de abordagens de cunho sexual”.

CHUVAS NO SUL. “A TV Globo está sofrendo para conseguir se posicionar decentemente numa época em que todo mundo é uma ‘emissora de televisão’. Por exemplo, o que houve no estado do Rio Grande do Sul (as enchentes recentes). A gente teve cobertura de imagens, absolutamente inimaginável, cada cidadão era um transmissor de TV pessoal. Conseguimos ver aquilo que a televisão não conseguia mostrar. A Globo demorou demais para mostrar o que estava de verdade acontecendo ali”.

GLOBO A FAVOR DO LULA. “A Globo está trabalhando mais a favor do governo que aí está (do Lula). É óbvio que ela criou uma briga desnecessária e contraproducente ao governo antecedente (do Bolsonaro). É óbvio que ela está apoiando o governo atual, claro… O problema é que é uma empresa de comunicação, tem que se comunicar com todo mundo, não pode. A Globo sempre teve tendência de apoio a determinado governo. Todo mundo sabe disso. Houve um pedido de desculpas do Bonner, durante o Jornal Nacional, a respeito dos cortes no debate entre Lula e Collor (na eleição de 1989).”

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