Na escassez de bons papéis na televisão para atrizes septuagenárias, Eliane Giardini, 71, sabe que integra um nicho de trabalho bastante reduzido em matéria de qualidade e visibilidade. Por isso mesmo, comemora a escalação, com a novela já tendo passado do meio, para viver a vilã Agatha de Terra e Paixão. “É um desafio. Os outros já estão confortáveis em seus cenários, mas fui bem acolhida nos bastidores”, diz Eliane. Mais raro ainda é sua personagem quebrar tabus em cenas de amor na terceira idade, com direito a beijos e sexo com Antônio (Tony Ramos, 75). “É bonito ter um casal mais velho se amando. Tenho orgulho de fazer essas cenas”, defende a atriz, que não é chegada a plásticas. “Quando a gente começa a ver as primeiras rugas, aos 40, fica assustada. Com o passar do tempo, não é mais uma questão. Hoje me interessa mesmo um sorriso de verdade”, garante.
Publicado em VEJA de 17 de novembro de 2023, edição nº 2868