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‘É urgente regular o streaming’, diz produtora de ‘Central do Brasil’

Elisa Tolomelli lança livro sobre os bastidores da carreira no cinema, com trabalhos ao lado de Walter Salles e Fernando Meirelles

Por Nara Boechat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 Maio 2025, 13h00

Em meio ao recente sucesso do cinema brasileiro pelo mundo, com destaque aos premiados Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, e O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, a produtora de cinema Elisa Tolomelli, 62 anos, resolveu registrar os bastidores de sua trajetória no audiovisual em um livro que será lançado em junho, em diversas regiões do país. Formada em Publicidade e com pós-graduação em Cinema, Elisa já foi diretora comercial da RioFilme Distribuidora, fundou a EH! Filmes e tem cerca de 40 produções no currículo, incluindo Central do Brasil (1998), de Salles, e Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles. Em E Lá Fui Eu!, ela faz um passeio pela sua carreira e vida pessoal, descrevendo conquistas, erros e acertos. Em conversa com a coluna GENTE, Tolomelli explica como foi revisitar momentos da vida, lembra dos desafios das últimas décadas e avalia o cenário atual do cinema nacional. “O Brasil tem um dos públicos mais apaixonados por cinema — só falta estrutura para acompanhar essa paixão”.

Como surgiu a ideia de escrever o livro? E lá fui eu! é a resposta literária que encontrei para compartilhar como minha vida e o cinema se entrelaçaram. Nele, eu uso exemplos de filmes que produzi para inspirar não apenas jovens cineastas, mas todos aqueles que desejam  transformar sonhos em realidade.

O título do livro é bastante curioso. O que ele simboliza para você? É um mantra que sempre me acompanhou. Tem a ver com seguir em frente, encarar os desafios que a vida te apresenta. Nunca fui de recuar — muito pelo contrário. Esse impulso de ir, de tentar, de viver, é o que me trouxe até aqui. Olhando para minha trajetória, percebo que esse espírito desbravador foi essencial em cada decisão importante da minha vida. Quando chegou a hora de escolher o título, foi quase automático.

Como foi revisitar as etapas da vida e carreira para essa obra? Foi como assistir ao “making of” da minha própria história. Redescobri a menina curiosa que ainda existe em mim, e percebi o quanto cada projeto me ensinou algo. Tive que selecionar o que entraria, o que deixaria de fora, entre quase 40 projetos realizados. Foi um reencontro comigo mesma, com minha paixão pelo cinema e com todas as pessoas incríveis que cruzaram o meu caminho.

Existe algum projeto que tenha um lugar especial no seu coração? Tudo que realizei me marcou de alguma forma, mas Central do Brasil tem um lugar muito especial no meu coração. Foi o primeiro filme em que atuei como produtora executiva e, sem dúvida, um divisor de águas na minha vida. O Walter Salles confiou em mim para dar esse passo, e isso mudou tudo. Ver o impacto que esse filme teve no Brasil e no mundo foi uma emoção que carrego até hoje. 

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Quais foram os maiores desafios que você enfrentou como mulher no audiovisual brasileiro? Quando comecei a trabalhar em cinema as equipes eram majoritariamente masculinas. Havia uma certa estranheza com a minha presença no set ou comandando o lançamento comercial de um filme. Mas sempre tive o espírito de liderança, e fui conquistando esse espaço aos poucos, mostrando minha capacidade de trabalho, meu talento para desempenhar os vários papéis que exerci no cinema – roteiro, direção, montagem, trilha sonora, distribuição, produção… já fiz de um tudo até chegar até aqui. 

O que mudou no cinema e no mercado audiovisual brasileiro desde que você começou a trabalhar até hoje? Quando comecei, as mulheres eram raras nas equipes técnicas e de criação. Hoje, temos diretoras, produtoras, fotógrafas, roteiristas incríveis comandando projetos com força e sensibilidade. No último filme que produzi, 60% da equipe técnica era composta por mulheres. Outra mudança importante foi a ampliação dos gêneros e narrativas — o público passou a ter acesso a histórias mais diversas. Mas ainda temos muito chão pela frente, especialmente na questão do acesso ao financiamento e da regulação das plataformas de streaming.

Como você avalia o cenário atual do cinema nacional? É um momento de grande visibilidade, com o Oscar de Ainda Estou Aqui e os prêmios no Festival de Cannes de O Agente Secreto. Isso mostra o talento e a potência da nossa produção. Mas, por outro lado, o mercado audiovisual brasileiro está estrangulado por falta de investimento e políticas públicas mais eficazes. 

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Como assim? Só para se ter uma ideia, no último chamamento público do FSA/BRDE [Fundo Setorial do Audiovisual/Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul], foram inscritos 1.514 projetos de produção de cinema, e devem ser selecionados apenas cerca de 30. Isso revela o tamanho da demanda reprimida. Além disso, é urgente regular as plataformas de streaming, que lucram muito com nosso conteúdo, mas pouco (ou nada) retornam ao setor. 

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