Drica Moraes: ‘Casamento não floresce bonito’
Atriz fala a VEJA sobre 40 anos de carreira comemorados com a peça ‘Férias, em cartaz em São Paulo
Ao completar quatro décadas de carreira, Drica Moraes, 54 anos, estreia a peça Férias em São Paulo, escrita por Jô Bilac, sob direção de Enrique Diaz e Débora Lamm. Com Fabio Assunção, a atriz interpreta um casal junto há 25 anos, que embarca num cruzeiro pelo Caribe, para comemorar suas bodas de prata. O momento de lazer acaba por deixá-los ainda mais animados, quando se veem obrigados a dividir um apartamento com um casal de mochileiros, que vive de fazer vídeos eróticos na internet. Convidada da semana no programa da coluna Gente no YouTube, Drica – franca e bem humorada – fala de relacionamentos, vídeos eróticos e das novelas em que se sentiu repetitiva. Confira o bate-papo.
VIDA A DOIS EM CENA. “Precisa de muita criatividade para amar. Amar também é cuidado. Também é se descobrir, porque duas pessoas não andam em uma paralela durante tanto tempo. As pessoas mudam. E mesmo assim, é importante querer renovar um pacto de estar juntas dentro de uma relação. Férias fala sobre tudo isso”.
INSTITUIÇÃO FALIDA? “Cada um vê casamento de um jeito. Cada um vive o casamento de um jeito. Já tive dois casamentos que foram ótimos. Mas para mim, casamento não é uma coisa que floresça bonito. Não que eu tenha tido momentos ruins, mas gosto muito mais da minha vida só. E nunca estou sozinha, gosto da minha vida namorando, transando, tendo amores. Mas eu prefiro não casar”.
BALANÇO DE 40 ANOS DE CARREIRA. “A gente aprende muito com os tombos. Hoje, olhando retrospectivamente, às vezes vejo personagens com as quais me repeti. Fiz algumas novelas do Walcyr Carrasco, que por serem dirigidas pelo mesmo diretor, talvez Alma Gêmea e Chocolate com Pimenta sejam meio parecidas. Mas não é um tombo, são dois grandes sucessos. É mais uma avaliação, do que uma crítica a mim mesma. Coisas que repeti por um tempo, que poderia ter explorado outras”.
OS OUTROS. As pessoas odeiam a Dona Lúcia (de Os outros). Ficam chocados. Porque sou aquela vizinha fofa, querida, que estou sempre dando ‘bom dia’. Meu filho até fala: ‘mãe, por que você o tempo todo é simpática com todo mundo?’. Respondo: ‘Sou assim, meu filho’. E a dona Lúcia é aquela cachorra, aquela vaca, aquela pessoa interesseira, que está ali para dar pequenos golpes e conseguir tudo o que quer. Quando você é um síndico de um prédio e dá um jeito de fazer um desvio de verba, isso tem muito no Brasil, infelizmente. Muita gente fazendo mau uso do poder”.
SEXO ONLINE. “Não acompanho essas modernidades, não sei nada de Onlyfans, aprendi sobre isso na peça. Transo só lá em casa com meu namorado, entre quatro paredes (risos). Mas estou aprendendo muito com a peça, eles têm uma compulsão sexual. Os personagens vão entendendo esses pactos eróticos, essas modernidades da internet, não vou dar spoiler, mas tem muita loucurinha nessa história”.