Dono do ‘leque do conclave’: ‘por que Jesus não olharia para os gays?’
Luis Alberto Torres foi à Praça de São Pedro com um leque branco e preto para representar a fumaça

Em apenas dois dias de conclave foi escolhido o novo papa: Robert Francis Prevost, o Leão XIV. Com toda a repercussão do momento, o carioca Luis Alberto Torres, 32 anos, se destacou em meio à multidão – isso porque apareceu com dois leques, um preto e um branco, que representa a fumaça quando um novo pontífice é escolhido. Deu entrevista para uma emissora de TV e, de imediato, viralizou em meses.
Luis viajou até o Vaticano com o amigo, João Isaac Marques, 30 anos, e, após o resultado do dia, “bateriam o leque”, dependendo da cor que saísse da chaminé. Luis tem uma longa história com a Igreja Católica: nasceu em um família católica, recebeu a primeira comunhão, fez crisma, foi catequista e seminarista por sete anos. Além disso, é formado em Letras pela PUC-Rio e já foi gestor de conteúdo do Santuário do Cristo Redentor.
Hoje, fora das responsabilidades católicas, continua seguindo sua fé e lutando pela causa LGBTQIA+. “Para mim tem sido muito especial, sobretudo, ver que muitas pessoas estão se sentindo representadas. Tenho muitos amigos que são gays, LGBTs, que também são cristãos, que também gostariam de estar aqui na Praça de São Pedro, celebrando esse momento com irreverência, com brincadeira, com alegria, assim como Papa Francisco“, diz à coluna GENTE.
Esta não foi a primeira vez que Luis foi ao Vaticano – inclusive, numa das visitas anteriores se encontrou com papa Francisco, em 2022. Segundo Luis, o pontífice foi essencial para a causa LGBT, que acolheu a comunidade mal vista por grande parte das Igrejas. “Ele buscou ser fiel ao Evangelho. Jesus fala que deixaria as noventa e nove ovelhas para ir atrás daquela perdida. Por que Jesus não olharia para os seus filhos gays, para os LGBTs, para os vulneráveis, para as pessoas marginalizadas? Não faz o menor sentido”, defende.
Agora, teve a oportunidade de ver de perto a agitação do conclave e ainda aproveitou para fazer uma brincadeira com a situação. Com o recente show da Lady Gaga em Copacabana, trouxe um pouco do que a apresentação da cantora representou para a comunidade LGBT. “No dia que soube da morte do papa Francisco, eu falei para o meu namorado, Lucas Brasil: ‘vou para o conclave’. Já que a gente estava naquela empolgação toda do show da Gaga, viajaria logo depois do show e levaria os leques branco e leque preto para ser o sinal. E para mim esse leque representa aquilo que a gente é, que é alegria, irreverência, que é sim sermos jovens LGBTs; mas fiéis, católicos,que amam a igreja, que amam o papa, que amam a fé, que querem servir à Igreja. Isso é o mais importante”, completa.