
O ator Selton Mello, 51 anos, resolveu desenvolver a veia literária nunca antes explorada. No recém-lançado Eu Me Lembro, ele revisita, por exemplo, um de seus mais marcantes personagens no cinema, o desastrado Chicó, de O Auto da Compadecida, que viveu duas décadas atrás. “Foi o mais perto da Marvel que a gente chegou, é fenômeno”, empolga-se. A decisão de escrever veio da convivência com a mãe, de 83 anos, diagnosticada com Alzheimer, e do medo de ver suas próprias memórias se apagarem. “Tenho pavor disso. Foi uma urgência que senti”, desabafa Selton, que, no livro, responde a perguntas de colegas de profissão, como a veterana Fernanda Montenegro, 94 anos, que lhe indagou sobre como lida com a “histeria” em cena. O resultado: três páginas de divagações existenciais e a conclusão: “Intuição”.
Publicado em VEJA de 26 de janeiro de 2024, edição nº 2877