
O que não falta é francês fazendo bico para Anne Hidalgo, 65 anos, que vem tomando, ao longo de seus dois mandatos como prefeita de Paris, medidas impopulares, como espantar os carros dos bulevares e vielas — tudo parte de um até então bem-sucedido projeto de tornar a Cidade Luz uma vitrine verde. Pois neste ano a alcaide socialista foi à forra, atraindo para si os holofotes globais ao capitanear uma Olimpíada que deu muito certo. E, como prometido, saltou nas águas do Rio Sena, que jurou estar agora balneável, mesmo sob todo o ceticismo dos locais. Depois, doou sua veste de neoprene para o museu suíço de relíquias dos Jogos. O pulo, sob a moldura da recém-reaberta Catedral de Notre-Dame, foi também político. “Tenho chance de me candidatar de novo, sim”, diz ela, já movimentando suas peças de olho no pleito de 2026.
Com reportagem de Giovanna Fraguito, Mafê Firpo e Nara Boechat
Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924