Chefe da Marinha se revolta com título de herói da pátria a João Cândido
Almirante Marcos Sampaio Olsen se manifestou contra projeto de lei do deputado federal Lindbergh Farias

Também conhecido como Almirante Negro, João Cândido liderou a Revolta da Chibata, rebelião que aconteceu em novembro de 1910, no Rio, contra os desmandos e castigos físicos de oficiais brancos em marinheiros afro-brasileiros. João foi enredo da Paraíso do Tuiuti no carnaval de 2024. Agora um projeto de lei de autoria do deputado federal Lindbergh Farias (PT) quer inscrever João Cândido no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
Mas o Comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, se manifestou contra o projeto e enviou uma carta à Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, alegando que a Revolta dos Marinheiros “se deu pela ação violenta de abjetos marinheiros”, em violação à hierarquia e à disciplina. Em carta, ele diz que os castigos praticados nos navios foram reconhecidos, posteriormente, como equivocados e indignos. “Porém, resta notável diferença entre consideração um erro e consideração um heroísmo infundado”.