Caretice em Cannes: o que há por trás da mudança nos trajes do festival
Evento vetou roupas transparentes e vestidos 'volumosos'

O Festival de Cinema de Cannes anunciou, pouco antes da abertura do tapete vermelho nesta semana, que: “por motivos de decência, a nudez é proibida no tapete vermelho, assim como em qualquer outra área do festival”. A nova diretriz chamou a atenção, uma vez que os chamados naked dresses — looks que deixam parte do corpo à mostra — se tornaram uma tendência no tapete vermelho nos últimos anos, inclusive no próprio evento. No ano passado, por exemplo, a supermodelo Bella Hadid usou um vestido Saint Laurent transparente, assim como Naomi Campbell e Kendal Jenner fizeram nos últimos anos. A medida, porém, buscou impedir manifestações como de Bianca Censori, esposa de Kanye West, que levou o ato de se vestir nua a um nível totalmente novo no Grammy. E se alguém desrespeitar? “As equipes de recepção do festival serão obrigadas a proibir o acesso ao tapete vermelho de qualquer pessoa que não respeitar essas regras.”
E a proibição do festival não se limita à nudez — a organização decretou também que “não são permitidos vestidos volumosos, em particular aqueles com uma cauda longa, que atrapalhem o fluxo adequado de convidados e dificultem a ocupação dos assentos no teatro”. Essa não é a primeira vez que o Festival de Cinema de Cannes implementa uma proibição com o objetivo de acelerar o processo. Em 2018, o diretor artístico do festival, Thierry Frémaux, proibiu a selfie, dizendo à revista Le Film Français que, “no tapete vermelho, o aspecto trivial e a lentidão provocada pelo transtorno que essas selfies criam mancham a qualidade [da experiência do tapete vermelho] e do festival como um todo”. Este ano a lógica é a mesma: manter o foco nos filmes em vez da moda. Mesmo que isso custe a expressão artística das estrelas que sobem as escadas do Grand Théâtre Lumière.